Ex-presidente e atual diretor da instituição financeira afirmam que a estratégia busca diminuir o risco para o cliente e para os investimentos.
A ex-presidente Dilma Rousseff, atual chefe dos bancos dos Brics, declarou, neste sábado (5.jul.2025), que a instituição financeira visa, primordialmente, expandir o financiamento e a obtenção de recursos em moedas locais, visando diminuir a exposição à volatilidade das taxas de juros e da cotação cambial e impulsionar o mercado de capitais doméstico.
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“Este item é muito importante para o banco, precisamos realizar duas ações. É necessário providenciar um suporte de investimentos que possa agregar os empréstimos soberanos, os privados e assegurar que isso seja feito no menor risco possível”, declarou.
Dilma participou de uma conversa com jornalistas na 10ª reunião anual do NBD (Novo Banco de Desenvolvimento), também chamado de banco dos BRICS. Ela participa da reunião de finanças do bloco, que ocorre no Rio.
A ex-presidente declarou que a instituição financeira tem a responsabilidade de diminuir os riscos para atender às metas e obrigações estabelecidas com o setor privado. Indicou que o emprego de moedas locais é essencial nesse contexto.
Busca-se por recursos locais, pois é necessário alcançar a meta, mas não se pode forçar o investidor privado a assumir riscos elevados. Assim, há a obrigação de diminuir o risco para atingir a meta com o setor privado.
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Dilma afirmou não observar uma desvalorização do mercado mundial. Para ela, há mais utilização de moedas locais no comércio interestadual, porém o dólar permanece como um ativo de reserva de valor.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) é um dos principais defensores da expansão do comércio entre os países em outras moedas que não o dólar. Em discurso na sexta-feira (4.jul) na reunião do NDB, o petista declarou que era preciso encontrar alternativas à moeda norte-americana nas transações entre os integrantes do Brics.
Ele o mencionou duas vezes. Na primeira, citou as transações financeiras em moedas locais, mas na segunda, afirmou que era necessário avançar na discussão de uma nova moeda. A questão, contudo, é alvo de resistência entre os próprios países do bloco. Em janeiro, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump (republicano), declarou que taxaria em 100% os membros do Brics caso o grupo criasse uma moeda própria.
China e Rússia também apoiam a expansão do uso de moedas locais no bloco como maneira de reduzir suas dependências em relação ao dólar. O movimento interessa particularmente aos russos, que têm sido alvo de sanções financeiras por parte dos Estados Unidos e de países europeus.
A presidente Dilma declarou que o conselho de governadores do banco, composto pelos ministros das finanças dos países que compõem a instituição, aprovou a inclusão do Uzbequistão e da Colômbia no corpo diretivo do banco.
Atualmente, o NDB conta com os países fundadores do BRICS: Brasil, China, Rússia, Índia e África do Sul.
Também existem outros 5 países associados: Bangladesh, Emirados Árabes Unidos, Egito, Uruguai e Argélia.
A expansão do bloco é uma das prioridades da sua gestão, segundo Dilma.
Desde a sua criação, em 2014, o banco financiou 122 projetos de investimento, com um custo total de 40 bilhões de dólares. Até o momento, foram liberados 22,2 bilhões de dólares desse valor.
No Brasil, foram realizados 29 projetos, com um custo de US$ 7 bilhões, dos quais já foram pagos US$ 4 bilhões.
Fonte por: Poder 360
Autor(a):
Fluente em quatro idiomas e com experiência em coberturas internacionais, Ricardo Tavares explora o impacto global dos principais acontecimentos. Ele já reportou diretamente de zonas de conflito e acompanha as relações diplomáticas de perto.