Em 2025, as famílias brasileiras respiram aliviadas com a queda nos preços dos alimentos, mas especialistas alertam: 2026 pode trazer novos desafios!
Em 2025, os preços dos alimentos trouxeram alívio ao orçamento das famílias brasileiras, desafiando até mesmo os aumentos sazonais típicos do final do ano. A combinação de uma safra agrícola recorde no Brasil e boas colheitas em outros países produtores contribuiu para a redução dos preços de itens essenciais.
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Além disso, a desvalorização do dólar em relação ao real teve um papel significativo nesse cenário.
No entanto, especialistas consultados pelo Broadcast alertam que essa situação favorável pode não se repetir em 2026. Embora uma nova safra volumosa possa ajudar a controlar os preços de alguns alimentos, a expectativa é de que o alívio proporcionado pela taxa de câmbio não se mantenha, especialmente em um ano eleitoral no Brasil.
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André Braz, coordenador dos Índices de Preços do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV), explicou que a melhoria nas condições de exportação e nas relações com os Estados Unidos pode aumentar o volume de exportações.
Contudo, isso não garante que uma supersafra resulte em preços mais baixos no mercado interno.
O ambiente eleitoral tende a favorecer a desvalorização do real, gerando incertezas sobre a política fiscal. Braz acredita que, em 2026, a valorização cambial é improvável, o que pode limitar o crescimento das exportações e manter a oferta doméstica elevada, evitando quedas significativas nos preços dos alimentos.
Claudia Moreno, economista do C6 Bank, destacou que a recente desvalorização do dólar foi crucial para a redução dos preços de alimentos e bens industriais. Ela prevê que, apesar de uma boa safra em 2026, a depreciação do câmbio impactará os custos dos alimentos, com uma expectativa de aumento de 7% nos preços para consumo domiciliar.
Dados do IPCA-15, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostram que os preços dos alimentos para consumo em casa caíram nos últimos sete meses de 2025. O custo da alimentação no domicílio subiu apenas 1,94% ao longo do ano, com quedas acentuadas em itens como arroz, feijão e laranja-lima.
O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) revisou suas previsões para os preços dos alimentos, reduzindo a expectativa de alta de 4,4% para 2,1% em 2025. Para 2026, a previsão é de um aumento de 4,2%, impulsionado principalmente pelos preços das carnes, que devem subir devido ao abate recente de fêmeas para reprodução.
Com a expectativa de aumento nos preços das carnes, a demanda do consumidor pode migrar, pressionando também os preços de outras proteínas. A técnica do Ipea prevê um câmbio estável, com o dólar cotado a R$ 5,40 ao final de 2025 e a R$ 5,35 ao final de 2026, o que não deve oferecer o mesmo suporte que foi observado em 2025.
Autor(a):
Ex-jogador de futebol profissional, Pedro Santana trocou os campos pela redação. Hoje, ele escreve análises detalhadas e bastidores de esportes, com um olhar único de quem já viveu o outro lado. Seus textos envolvem os leitores e criam discussões apaixonadas entre fãs.