Apesar de o sódio ser notável no tratamento da hipertensão, uma recente pesquisa, publicada no periódico American Journal of Physiology Renal Physiology, reforça o papel do potássio.

Através de estudos com animais e tecnologia avançada, cientistas canadenses criaram um modelo computacional que replica o metabolismo de micronutrientes no corpo humano. Os pesquisadores chegaram à conclusão de que a ingestão adequada de potássio pode influenciar a pressão arterial de forma mais significativa do que o controle diário do sódio.

Observou-se, adicionalmente, que os homens apresentam maior predisposição para desenvolver hipertensão, contudo, demonstram respostas mais eficazes às alterações na alimentação. “O trabalho ressalta a importância do equilíbrio, de uma proporção adequada entre os dois minerais”, comenta a nutricionista Vivian Serra, do Hospital Municipal de Aparecida de Goiânia, gerido pelo Hospital Israelita Albert Einstein.

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Eles estão envolvidos na regulação dos fluidos corporais, com impactos no volume sanguíneo. A presença de excesso de sódio aumenta a probabilidade de retenção de líquidos, favorecendo a hipertensão. Por outro lado, a ingestão adequada de potássio contribui para a redução do risco. Há uma cascata de eventos por trás desse mecanismo, que envolve os sistemas nervoso e cardiovascular, além dos rins e uma série de hormônios, como a adrenalina.

O consumo excessivo de sódio é uma realidade no Brasil. A recomendação é de, no máximo, duas gramas de sódio diárias, o que corresponde a cerca de cinco gramas de sal de cozinha – sendo esta a principal fonte do mineral. Estudos indicam que a população excede em muito essa quantidade.

Ademais, é preciso considerar o sal proveniente de produtos industrializados. “Ela ressalta o sabor e atua com conservante em alguns alimentos”, comenta a nutricionista. Dessa forma, até mesmo formulações insuspeitas, como biscoitos recheados, podem conter o ingrediente.

É importante examinar cuidadosamente os rótulos, analisando a tabela nutricional e a composição dos ingredientes. A legislação exige que os produtos exibam um símbolo de lupa, indicando níveis elevados de sódio, açúcar adicionado e gordura saturada.

Além de causar a retenção de líquidos, altas quantidades de sódio promovem a vasoconstrição. há uma ligação perigosa com a hipertensão, frequentemente associada ao aumento do risco de infarto e Acidente Vascular Cerebral, AVC.

O potássio, por sua vez, auxilia na eliminação de sódio, reduzindo a retenção de líquidos, e promove o relaxamento dos vasos sanguíneos, favorecendo a circulação sanguínea mais eficiente.

A nutrição também participa da transmissão dos impulsos nervosos. desempenha um papel crucial para o funcionamento do cérebro. A carência pode prejudicar funções cognitivas. Outra atuação destacada tem relação com a saúde muscular e o mineral é mencionado sempre que se fala do combate às cãibras, contrações involuntárias dos músculos que tendem a surgir após exercícios intensos.

Atletas e indivíduos que praticam atividades físicas necessitam estar mais atentos ao consumo de potássio, visto que ele é eliminado rapidamente do organismo através do suor.

A banana se destaca como uma das principais fontes, mas existem diversas frutas e hortaliças que também podem atender às necessidades.

Uma sugestão culinária é não descartar os líquidos do cozimento de tubérculos e outros vegetais. “O potássio é um mineral hidrossolúvel, a água da cocção costuma reter uma boa quantidade”, afirma a especialista do Einstein.

A recomendação de ingestão é de 4.700 mg por dia, salvo para pacientes com problemas renais, que necessitam de avaliação para determinar uma quantidade segura. Essa meta pode ser alcançada por meio de uma dieta diversificada.

Verifique, a seguir, algumas fontes de potássio, conforme a Tabela Brasileira de Composições de Alimentos da Universidade de São Paulo (USP):

Consumo de alimentos com alto teor de potássio pode auxiliar na diminuição da pressão alta, segundo um estudo.

Fonte por: CNN Brasil