A NBA e a Internacionalização do Basquete
A NBA está em um momento de grande internacionalização, atraindo talentos de diversas partes do mundo. No início da temporada 2024/25, a liga revelou que 125 jogadores estrangeiros, um número recorde, estavam presentes nas equipes na noite de abertura. Esses atletas representavam 43 países, incluindo Austrália, Alemanha, França, Camarões e Sérvia.
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Enquanto o Draft de 2025 atraía atenção para promessas como Cooper Flagg, Dylan Harper e Ace Bailey, uma história menos divulgada, mas igualmente significativa, emergia: a de Amari Williams, um pivô britânico em busca de seu grande momento.
Amari Williams e sua Trajetória
Durante a primeira rodada do Draft, Williams aguardava com paciência. Ex-jogador das universidades de Drexel e Kentucky, o atleta de Nottingham foi selecionado na segunda rodada pelo Boston Celtics, uma das franquias mais vitoriosas da NBA. Essa escolha não foi apenas uma conquista pessoal, mas uma vitória para o basquete britânico, que busca espaço na liga mais prestigiada do mundo.
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Aos 23 anos e com 2,13m de altura, Williams se tornou o sexto jogador do Reino Unido a ser draftado nos últimos 25 anos, conforme o site Hoopsfix. Ele chegou à NBA após cinco temporadas universitárias, sendo inicialmente selecionado pelo Orlando Magic, que trocou seus direitos com os Celtics. Em agosto, Boston o contratou com um acordo “two-way”, permitindo que ele alternasse entre a equipe principal e a afiliada na G League.
Desafios e Superações
Como muitos jovens britânicos, Williams enfrentou a falta de espaços adequados para treinar. Quadras de basquete são escassas e, quando existem, geralmente são compartilhadas com outros esportes. Atualmente, a presença britânica na NBA é associada a jogadores como OG Anunoby e Jeremy Sochan, que deixaram o país ainda jovens.
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Crescimento do Basquete no Reino Unido
De acordo com a pesquisa Active Lives 2024 da Sport England, mais de 1,5 milhão de britânicos jogam basquete semanalmente, tornando o esporte o segundo mais popular em equipe no país. O número de fãs adultos da NBA cresceu 24% desde 2022, mas poucos atletas do Reino Unido alcançam o mais alto nível.
Desafios Institucionais e Esperanças Futuras
Apesar do sucesso, Evbuomwan não esquece as dificuldades enfrentadas na base. “Acho que consigo contar nos dedos quantas máquinas de arremesso existem em todo o Reino Unido”, brincou. “Jogávamos muito, mas sem entender o que era treinar de verdade.” Enquanto novos talentos tentam se firmar, o basquete britânico enfrenta uma crise institucional.
Em outubro, a FIBA suspendeu temporariamente a Federação Britânica de Basquete (BBF) por problemas de governança. Essa decisão impede a seleção masculina de participar de competições internacionais até que a situação seja resolvida. O caso deve chegar à Suprema Corte do Reino Unido em 2026, mas há sinais de esperança com um investimento de £10 milhões do governo britânico para o desenvolvimento do basquete recreativo.
Inspiração para a Nova Geração
“É mais do que esporte — é sobre comunidade, inclusão e inspirar a próxima geração”, declarou o primeiro-ministro Keir Starmer. Com a base recebendo novo impulso, jogadores como Williams e Evbuomwan se tornam exemplos para aqueles que sonham em seguir o mesmo caminho. “Ver o Tosan chegar à NBA me inspirou muito”, disse Williams. “Espero que outros possam ver o mesmo em mim.”
Evbuomwan retribui o sentimento: “Farei o que puder para ajudar a nova geração. Eu e Amari temos uma relação real — e isso faz toda a diferença.”