Polônia realiza eleição presidencial com disputa entre posições favoráveis à União Europeia e nacionalistas
As urnas foram instaladas para abrir às 2h, no horário de Brasília, e a votação deve encerrar às 16h.

As eleições presidenciais na Polônia, bastante acirradas, começaram nesta segunda-feira (1º).
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As urnas, que começaram a funcionar às 7h, no horário local (2h, em Brasília), vão determinar se o maior país da ala oriental da União Europeia consolidará sua posição na corrente principal do bloco ou se retornará a um nacionalismo no estilo “Make America Great Again” (MAGA).
A participação eleitoral é fundamental na disputa entre Rafal Trzaskowski, do partido centrista governista Coalizão Cívica (KO), que possui uma leve vantagem nas pesquisas de opinião, e Karol Nawrocki, que conta com o apoio dos nacionalistas Lei e Justiça (PiS).
As pesquisas de opinião indicam que há uma diferença pequena entre os candidatos, considerando a margem de erro.
A votação deve terminar às 21h (16h, em Brasília), com as pesquisas de boca de urna divulgadas em seguida. A comissão eleitoral espera que os resultados sejam anunciados na manhã de segunda-feira (2) ou no início da tarde.
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O Parlamento exerce a maior parte do poder na Polônia, contudo, o presidente pode vetar leis, razão pela qual o processo de votação está sendo acompanhado de perto na Ucrânia, na Rússia, nos Estados Unidos e na União Europeia.
Ambos os candidatos concordam com a importância de aumentar significativamente os investimentos em defesa, como o presidente dos EUA, Donald Trump, defende da Europa, e de manter o apoio à Ucrânia em seu conflito contra a invasão russa, que persiste há três anos.
Apesar de Trzaskowski ver a adesão da Ucrânia à OTAN como crucial para a segurança da Polônia, Nawrocki declarou recentemente que não a nomearia presidente, pois isso poderia conduzir a aliança a um conflito com a Rússia.
Trzaskowski declara que vínculos sólidos com Bruxelas e Washington são cruciais para a segurança da Polônia, enquanto Nawrocki, que se reuniu com Trump na Casa Branca em maio, prioriza as relações com os Estados Unidos.
“O mais importante é a política externa”, declarou o especialista em TI Robert Kepczynski, de 53 anos, que votou em Varsóvia.
Não se pode considerar apenas os Estados Unidos e a União Europeia – e esperar apenas a ajuda dos Estados Unidos – isso demonstra falta de perspectiva, completou.
A economista Maria Luczynska, de 73 anos, relatou que comparecer para votar a emocionou. “A eleição é importante porque é assim que decidimos o nosso futuro. Em que país minha filha e meus netos viverão”, declarou.
Se Nawrocki vencer, provavelmente seguirá um caminho parecido com o do presidente Andrzej Duda, que foi aliado do PiS e utilizou seu poder de veto para impedir os esforços do governo em revogar as reformas judiciais da gestão anterior do PiS, consideradas por alguns da UE como que minaram a independência dos tribunais.
A realização, aproximadamente um ano e meio após a posse do primeiro-ministro Donald Tusk, da votação representa o desafio mais significativo até o momento para o apoio ao seu governo de coalizão, com Nawrocki apresentando a cédula como um pleito sobre suas ações.
Em 2023, longas filas nos locais de votação em cidades importantes levaram à necessidade de manter algumas seções abertas por mais tempo do que o previsto. Especialistas apontaram que a elevada participação de eleitores poloneses jovens, de orientação liberal e residentes em áreas urbanas foi fundamental para assegurar a vitória de Tusk.
Trzaskowski prevê que situações parecidas se repitam no domingo.
Ele incentivou a todos a votar nas eleições presidenciais, em um discurso em Wloclawek, no centro da Polônia, na sexta-feira (30).
Nawrocki, que se inspira em Trump e seu movimento Make America Great Again (MAGA), declarou aos apoiadores em Biala Podlaska, no leste do país, que “estas eleições podem ser decididas por um único voto”.
Fonte por: CNN Brasil
Autor(a):
Ana Carolina Braga
Ana Carolina é engenheira de software e jornalista especializada em tecnologia. Ela traduz conceitos complexos em conteúdos acessíveis e instigantes. Ana também cobre tendências em startups, inteligência artificial e segurança cibernética, unindo seu amor pela escrita e pelo mundo digital.