A Polícia Civil do Rio Grande do Sul realizou uma operação em seis municípios nesta quinta-feira (7) para desmantelar uma organização criminosa especializada em extorsão por sequestro. Em um dos casos, o grupo sequestrou um casal de idosos e solicitou R$ 1 milhão para a libertação das vítimas.
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Realizaram-se 27 mandados judiciais, incluindo ordens de prisão preventiva e de busca e apreensão, nas cidades de Porto Alegre, Gravataí, Viamão, Santo Antônio da Patrulha, São Jerônimo e Charqueadas. Até o momento, sete indivíduos foram detidos.
A investigação começou em março de 2025, quando os idosos, com 68 e 69 anos, foram sequestrados em casa por criminosos armados e levados para um cativeiro, em Santo Antônio da Patrulha. O casal é proprietário de supermercados na região metropolitana de Porto Alegre. Para a libertação das vítimas, os criminosos exigiram o pagamento de R$ 1 milhão.
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De acordo com a Polícia Civil, o crime apresentou alto grau de sofisticação operacional, com a utilização de informações privilegiadas obtidas por funcionários infiltrados. Uma mulher que trabalhava no supermercado teria sido responsável por fornecer informações sobre a rotina das vítimas, chegando a fotografá-las momentos antes do sequestro. A ação dela foi registrada em imagens do sistema de monitoramento do estabelecimento comercial.
Durante o período em que permaneceram em cativeiro, o casal foi submetido a ameaças com arma de fogo e seus familiares foram coagidos a realizar o pagamento.
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Foram detidas quatro pessoas em flagrante. As vítimas foram libertadas, subsequentemente, em uma área rural da RS-030, em Santo Antônio da Patrulha.
A investigação da Polícia Civil identificou que o responsável pelo grupo era um homem detido em regime prisional, que conversava diretamente com os envolvidos na execução do crime, fornecendo instruções.
A polícia constatou que o homem previa a prática de mais dez sequestros. A Delegada Isadora Galian informou que os alvos seguintes dos criminosos seriam um médico e uma influenciadora digital. Nos itens apreendidos durante a operação, foram encontrados dados sobre os hábitos dos alvos. “As identidades de ambos não serão divulgadas e eles serão oportunamente informados para tomar conhecimento dos fatos”, declarou a delegada.
A polícia, em conversas interceptadas, relatou que os criminosos descreviam métodos de tortura que utilizariam em caso de resistência das vítimas, incluindo ameaças de mutilação. Em uma gravação, um dos envolvidos propôs “arrancar o dedo” da vítima para compelir a abertura de um cofre. Outros fragmentos confirmaram a possibilidade de que eles estivessem dispostos a matar as vítimas, se fosse necessário.
O grupo ainda detinha veículos clonados, uniformes falsificados da Polícia Civil, equipamentos de comunicação, como giroflex, além de armas de fogo.
Fonte por: CNN Brasil