Documentário que difamava a ativista, figura emblemática na luta pelo direito das mulheres, teve sua suspensão; ação integra a segunda fase da operação …
O Ministério Público do Estado do Ceará deu início, na terça-feira (15), à segunda fase da operação que apura uma campanha sistemática de ódio e desinformação contra a ativista do direito das mulheres Maria da Penha Maia Fernandes.
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A operação, conduzida pelo NUINC com apoio do Gaeco do MP do Rio Grande do Norte, executou mandados de busca e apreensão pessoal e domiciliar na cidade de Natal (RN) contra um dos suspeitos envolvidos no caso.
Na operação “Echo Chamber”, foram apreendidos equipamentos eletrônicos e documentos, que serão encaminhados para análise do Ministério Público. A 9ª Vara Criminal de Fortaleza também determinou a suspensão de todos os episódios do documentário “A Investigação Paralela: o caso de Maria da Penha”, produzido pela empresa Brasil Paralelo, pelo período de 90 dias.
Segundo o MPCE, o material investigado indica que a campanha de ódio visa desconstruir a trajetória de Maria da Penha, vítima de tentativa de homicídio e símbolo da luta contra a violência doméstica, além de questionar a decisão judicial transitada em julgado e promover o desdito da legislação que a nomeia.
Discussões interceptadas de aparelhos apreendidos já demonstraram estratégias coordenadas para tentar anular a criação da lei e difamar a vítima, inclusive buscando alterar o nome da legislação. A Promotoria de Justiça do Ceará identificou indícios de que os envolvidos exploraram essas narrativas para obter vantagem econômica, aproveitando a repercussão e o engajamento nas redes sociais.
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Entre os aspectos confirmados, destaca-se o documento que apresenta acusações infundadas de fraude processual e utilização de documentos falsos para sustentar argumentos contrários a decisões já confirmadas judicialmente. Foram também identificadas práticas de perseguição virtual (cyberstalking) e disseminação de conteúdo calunioso com teor odioso.
Em dezembro de 2024, a Justiça ordenou a suspensão de um perfil de rede social, além de medidas cautelares que restringem o contato do investigado com Maria da Penha e suas filhas, e limitam sua circulação.
O Ministério Público do Ceará (MPCE) aponta que os ataques originaram-se em grupos digitais que propagam discurso de ódio direcionado a mulheres, empregando estratégias de intimidação contínua e calúnia. Em um dos casos, o investigado principal se deslocou até a antiga residência de Maria da Penha, em Fortaleza, local onde ela foi vítima de tentativa de homicídio em 1983.
O Ministério Público do Ceará continua acompanhando o caso.
Sob a supervisão de Carolina Figueiredo.
Fonte por: CNN Brasil
Autor(a):
Com uma carreira que começou como stylist, Sofia Martins traz uma perspectiva única para a cobertura de moda. Seus textos combinam análise de tendências, dicas práticas e reflexões sobre a relação entre estilo e sociedade contemporânea.