Polícia Civil desarticula esquema de bebidas adulteradas com metanol em Americana
Polícia Civil investiga rede de falsificação de bebidas e possível ligação com o PCC no tráfico de metanol.
Intoxicações por Metanol: Operações e Investigação em São Paulo
Uma onda de intoxicações relacionadas ao consumo de bebidas adulteradas com metanol tem gerado operações policiais e investigações em São Paulo. A situação, que envolve casos fatais e múltiplas vítimas, tem levantado preocupações sobre a segurança alimentar e a atuação de grupos criminosos.
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Operações Policiais e Apreensões
Em resposta à crise, a Polícia Civil realizou mandados de busca e apreensão em Americana (SP), onde foi descoberta uma fábrica clandestina de bebidas falsificadas. Mais de 18 mil itens, incluindo uísque, gim e vodca falsificados, foram apreendidos. A SSP (Secretaria de Segurança Pública) informou que, apesar da apreensão, o metanol não foi encontrado entre as substâncias.
Equipes do DPPC (Departamento de Polícia de Proteção à Cidadania) já haviam realizado fiscalizações em estabelecimentos comerciais ligados aos casos de intoxicação, apreendendo mais de 100 garrafas de bebidas alcoólicas, que foram encaminhadas à perícia no IC (Instituto de Criminalística) da Polícia Técnico-Científica. Proprietários de três estabelecimentos foram ouvidos, e seus depoimentos, juntamente com os resultados dos laudos, contribuirão para as apurações.
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Casos Fatais e Investigação em Andamento
Autoridades de saúde registraram três mortes suspeitas de intoxicação por metanol. Uma das vítimas, um homem de 54 anos, faleceu em 15 de setembro após apresentar sintomas em 9 de setembro. Nos últimos dias, duas outras mortes suspeitas foram registradas em São Bernardo do Campo. Atualmente, dez casos estão sob investigação em São Paulo, incluindo os três fatais. Cinco pessoas seguem internadas, também suspeitas de intoxicação pelo solvente.
Possível Envolvimento de Facção Criminosa
A Associação Brasileira de Combate à Falsificação (ABCF) levantou a hipótese de que os casos podem estar ligados à facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC). A entidade aponta que, após o fechamento de distribuidoras que usavam metanol para adulterar combustível, o produto pode ter sido revendido a destilarias e falsificadores. A ABCF destaca que a facção lucrava com a venda do produto, mesmo em detrimento da saúde dos consumidores.
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O que é Metanol?
O metanol é um produto químico utilizado em diversas aplicações industriais e domésticas, como diluente, anticongelante e fluido para fotocopiadoras. Sua produção é mais barata que a do álcool, o que o torna um componente comum em bebidas adulteradas. A adulteração é difícil de detectar, pois os efeitos do metanol são semelhantes aos do álcool, mas com consequências graves para a saúde.
A ingestão de pequenas quantidades pode ser extremamente prejudicial, e algumas doses podem ser fatais. Os efeitos demoram entre 40 minutos e 72 horas para aparecer, e incluem problemas de coordenação, equilíbrio, fala, confusão e vômitos. A pressão arterial cai, resultando em tontura e desmaios. Em fases posteriores, o ácido fórmico interrompe a produção de energia nas células, causando queda do pH sanguíneo, danificando tecidos e órgãos.
O tratamento da intoxicação por metanol depende da gravidade do caso e pode incluir a administração de medicamentos para limpar o sangue e a aplicação de diálise. Em alguns casos, a administração de etanol pode ser utilizada para atrasar o metabolismo do metanol e reduzir seu efeito tóxico.
Autor(a):
Bianca Lemos
Ambientalista desde sempre, Bianca Lemos se dedica a reportagens que inspiram mudanças e conscientizam sobre as questões ambientais. Com uma abordagem sensível e dados bem fundamentados, seus textos chamam a atenção para a urgência do cuidado com o planeta.












