Plebiscito Popular: o que eleitores pensam sobre o fim da escala de 6×1 e a taxação de grandes fortunas
Em Porto Alegre, trabalhadores e pensionistas manifestam apoio a iniciativas que reduzem o peso sobre as famílias de baixa renda.

O confronto entre o governo e o Congresso Nacional em relação ao Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) evidenciou o debate sobre a responsabilidade pelo pagamento da dívida. Nos últimos dias, vários vídeos foram divulgados nas redes sociais, questionando se os mais ricos também não deveriam contribuir, ou se o ajuste fiscal deveria ser realizado exclusivamente por meio de cortes em serviços públicos como saúde e educação, afetando os mais vulneráveis.
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É nesse contexto que movimentos populares, centrais sindicais e entidades lançaram o Plebiscito Popular, para questionar o povo brasileiro sobre sua posição em relação ao fim da escala 6/1, à redução da jornada sem perda de salários e à taxação dos super-ricos para isentar de Imposto de Renda aqueles que recebem até R$ 5 mil.
Em Porto Alegre, no centro da cidade, observamos um dia de coleta de votos e dialogamos com indivíduos sobre o aumento de impostos aos mais ricos, visando diminuir o fardo para os de menor renda. A aposentada Jussara Costa e a trabalhadora autônoma Elisangela Oliveira apoiam a medida.
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Costa opina que é preciso cobrar dos mais ricos, pois até o momento são eles que estão obtendo maior vantagem e que o pobre deve se submeter e se humilhar.
Assista ao reportagem em vídeo:
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Acredita-se que a maioria das pessoas concorda, mas aqueles que recebem bons salários pagam muito menos. É necessário que aqueles que remuneram paguem o devido valor, pois são eles que contribuem com os recursos.
A aposentada Ivone Marques Moraes concorda. “Uma pessoa que recebe R$ 50, 100 mil por mês, certamente pode destinar um pouco, uma fração daquilo que ela ganha, para auxiliar quem tem poucos recursos, que recebe bem pouco.”
Para votar, é necessário apresentar um documento oficial com foto, que seja válido e em seu nome. O eleitor deve comparecer ao local.
O coordenador estadual do Plebiscito Popular no Rio Grande do Sul, Lucas Monteiro, detalha que a população pode votar de duas maneiras. Uma delas é por meio das urnas físicas, distribuídas em vários locais das cidades em todo o Brasil. “Cada vez mais, mais pessoas cadastram urnas para que possamos participar desta votação. Assim, diariamente, nas redes do plebiscito popular, você encontra os locais de votação.”
A outra opção é a urna digital. Ele afirma que qualquer indivíduo pode se cadastrar e coletar votos através do site do plebiscito, recebendo um QR Code e podendo, da mesma forma que uma urna física, apresentar o QR Code para outra pessoa (votar).
Debate de concepções.
As organizações que promovem o plebiscito incentivam o voto presencial, como maneira de conversar com as pessoas sobre assuntos. “Nós queremos que as pessoas priorizem o voto presencial, porque queremos que as pessoas dialoguem entre si, queremos promover uma disputa de ideias, disputar: porque somos realmente contra o fim da escala 61, porque somos a favor da taxação dos super ricos.”
O plebiscito, segundo Monteiro, visa tanto unificar setores progressistas e a população em torno de uma pauta comum, quanto pressionar o Congresso Nacional. “Consideramos que é fundamental para, inclusive, pressionar esse Congresso que hoje demonstra cada vez mais ser um inimigo do povo. Por isso reforçamos essa mensagem junto com esse processo de construção do plebiscito. Então o plebiscito está aí para isso, para a gente dialogar, se unir e construir nossas forças em torno de um projeto que realmente paute a vida dos trabalhadores e das trabalhadoras.”
Fonte por: Brasil de Fato
Autor(a):
Bianca Lemos
Ambientalista desde sempre, Bianca Lemos se dedica a reportagens que inspiram mudanças e conscientizam sobre as questões ambientais. Com uma abordagem sensível e dados bem fundamentados, seus textos chamam a atenção para a urgência do cuidado com o planeta.