Plebiscito Popular no Rio de Janeiro entra para a terceira semana de mutirão com o objetivo de levar a votação para o interior do estado

Já foram mais de 500 mil eleitores que utilizaram urnas virtuais e físicas; a mobilização permanece até o dia 7 de setembro.

16/07/2025 15:13

3 min de leitura

Plebiscito Popular no Rio de Janeiro entra para a terceira semana de mutirão com o objetivo de levar a votação para o interior do estado
(Imagem de reprodução da internet).

A iniciativa de movimentos sociais populares, centrais sindicais e partidos progressistas de consultar a população sobre a taxação de super-ricos e a redução da jornada de trabalho gerou grande repercussão nas duas primeiras semanas de julho. A página do Instagram do Plebiscito Popular atingiu 100 mil seguidores e mais de 500 mil pessoas participaram por meio de urnas virtuais e físicas. O processo de votação iniciou-se no Rio de Janeiro e em todo o Brasil em 1º de julho e prossegue até 7 de setembro.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Ao Brasil de Fato, o dirigente estadual de cultura do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), Fabito Le Fou, celebrou os resultados positivos deste período e atribuiu parte do sucesso à disputa do governo federal pela manutenção da taxação do IOF para os mais ricos, enquanto o Congresso insiste em derrubar a medida. Apesar da boa aceitação em algumas áreas da cidade do Rio de Janeiro, novas ações para disseminar o debate estão sendo planejadas, como uma caravana na Central do Brasil no início de agosto. “Consideramos que já alcançamos um bom alcance em alguns pontos da capital, mas agora é preciso territorializar o debate pelo interior do Estado”, afirma.

Ele complementa que o plebiscito é uma estratégia de mobilização da classe trabalhadora. “Uma questão importante do plebiscito é que é um trabalho de base. Este trabalho de base permite uma retomada de debate e de vínculos com os territórios. E acreditamos que o plebiscito é um instrumento de agitação em prol de propostas populares que possa trazer conquistas e aliviar concretamente a vida de uma grande parte da população”, analisa.

Leia também:

A cédula nacional apresenta duas questões. A primeira verifica se o eleitor é favorável à redução da jornada de trabalho sem perda de salário e ao encerramento da escala 6-1. A segunda questiona se indivíduos com renda mensal superior a 50 mil reais deverão contribuir com mais impostos, para que aqueles com renda até 5 mil sejam isentos.

No Rio de Janeiro, a população ainda tem opiniões divergentes sobre saneamento básico e acesso à água. Em ranking divulgado em 15 de julho pelo Instituto Trata Brasil, apenas Niterói, entre os 20 municípios com melhores índices de saneamento do país. A outra extremidade reúne quatro cidades do estado entre as mais deficientes. Um problema identificado pelo relatório é que a capital fluminense está reduzindo sua distribuição de água, que atingiu 100% em 2021 e, nos anos seguintes, diminuiu. Em 2023, nos dados mais recentes, passou a 89%. O período coincide com o leilão da Cedae.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Após o término das votações em setembro, a apuração das urnas, a secretaria do plebiscito popular irá comunicar o resultado ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ao Congresso e ao Supremo Tribunal Federal (STF). A organização também informa que há mais de 10 mil urnas espalhadas pelo país.

A abertura de urnas ocorre de maneira descentralizada e os locais de votação no Rio de Janeiro podem ser visualizados nesta planilha. Os interessados em abrir pontos de coleta de votos podem se cadastrar no site e imprimir os documentos e as cédulas disponíveis na página do plebiscito.

Fonte por: Brasil de Fato

Marcos Oliveira é um veterano na cobertura política, com mais de 15 anos de atuação em veículos renomados. Formado pela Universidade de Brasília, ele se especializou em análise política e jornalismo investigativo. Marcos é reconhecido por suas reportagens incisivas e comprometidas com a verdade.