Plano de governo não descarta possibilidade de reunião entre Lula e Trump em sede da ONU

O presidente dos EUA afirmou que o político petista pode contatá-lo “a qualquer momento” e declarou: “eu amo o povo brasileiro”.

01/08/2025 18:38

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Plano de governo não descarta possibilidade de reunião entre Lula e Trump em sede da ONU
(Imagem de reprodução da internet).

Antes mesmo das declarações de Donald Trump, assessores diretos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) já vinham mencionando a possibilidade de um encontro entre os dois, à margem da Assembleia Geral da ONU, que se realiza em Nova York na segunda semana de setembro.

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É um encontro que demandaria preparativos, organização minuciosa e disposição de ambos. Por enquanto, é apenas uma hipótese admitida pelo Palácio do Planalto – não algo já sendo efetivamente montado.

Contudo, após o desmoronamento da tarifa imposta a Trump com isenções que incluem mais de 40% das exportações brasileiras para os Estados Unidos, o governo brasileiro considera que canais diplomáticos estão sendo estabelecidos.

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O presidente dos Estados Unidos afirmou nesta sexta-feira (1º) que Lula pode entrar em contato com ele “a qualquer momento” para tratar de tarifas e outros desentendimentos entre os países.

O presidente Trump declarou em entrevista à imprensa na Casa Branca: “Ele [Lula] pode falar comigo quando quiser. Vamos ver o que acontece, eu amo o povo brasileiro” e complementou afirmando que “as pessoas que governam o Brasil fizeram a coisa errada”.

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O vice-presidente Geraldo Alckmin tem dialogado com o secretário de Comércio, Howard Lutnick, e o chanceler Mauro Vieira se reuniu com o secretário de Estado, Marco Rubio, em Washington. Foi o primeiro encontro entre Vieira e Rubio desde a posse de Trump.

Não há, neste momento, previsão de encontro entre os auxiliares de Lula e o presidente dos Estados Unidos, mesmo que houvesse um convite formal.

As aparições de Trump nas reuniões com Volodymyr Zelensky e com Cyril Ramaphosa evidenciam, na avaliação da sede do Palácio do Planalto, um risco considerável de ter Luiz Inácio Lula da Silva em contato direto com ele na Sala Oval.

Existe risco de todo tipo de imprevisibilidade, como uma tentativa de constrangimento por parte de Trump e de irritação por parte de Lula.

Seria ideal, na avaliação, que Lula comentasse ao redor do tema em um local neutro e distante de atenções públicas. A Assembleia Geral da ONU é considerada uma chance para isso.

Um acordo entre os dois foi rejeitado nas vésperas da tarifização, devido à compreensão da maioria dos conselheiros próximos de Lula de que seria interpretado como um “gesto de desespero” ou um “sinal de fraqueza” do presidente brasileiro nas negociações.

A visão predominante, em relação ao petista, é que Trump não demonstra respeito por líderes mundiais que buscam evitar “sanções” da Casa Branca, sendo, portanto, ineficaz ou até mesmo prejudicial telefonar nos dias que antecedem o anúncio final das tarifas.

Contudo, pessoas próximas a Lula consideram que é preciso fortalecer os canais de negociação e que um contato não deve ser excluído.

Para tal, ressaltam-se que Trump não deve insistir em assuntos de competência alheia ao governo e que são exclusivos do STF (Supremo Tribunal Federal), incluindo o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Na ONU, o presidente brasileiro geralmente proferir o discurso de abertura da Assembleia Geral, seguido pelo líder americano.

Apesar de não haver uma rápida reunião de trabalho, é quase certo que eles se encontrarão brevemente.

Fonte por: CNN Brasil

Marcos Oliveira é um veterano na cobertura política, com mais de 15 anos de atuação em veículos renomados. Formado pela Universidade de Brasília, ele se especializou em análise política e jornalismo investigativo. Marcos é reconhecido por suas reportagens incisivas e comprometidas com a verdade.