Nova iniciativa visa diminuir despesas em comparação com o cartão de crédito, aliviar o orçamento do governo e demandar alterações na legislação tributá…
O mercado de meios de pagamento no Brasil passa por uma nova etapa com o lançamento do Pix Parcelado. A funcionalidade possibilitará que consumidores paguem compras em parcelas, similar ao cartão de crédito, porém com diferenças significativas que podem influenciar o fluxo financeiro das empresas e o planejamento tributário.
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De acordo com especialistas da Bravo, empresa de automação e gestão fiscal, financeira e contábil para grandes varejistas, o formato amplia possibilidades de pagamento e pode diminuir custos, porém exige atenção. “O Pix Parcelado pode ser uma alternativa estratégica, mas é preciso compreender seus impactos tributários e operacionais antes de implementá-lo”, afirma Stânia Moraes, membro suplente do Conselho Fiscal da B3.
Nas vendas parceladas do modelo convencional, as opções são limitadas ao cartão de crédito, com taxas de MDR elevadas e repasses que podem levar até 30 dias. Com o Pix Parcelado, essa dinâmica é distinta. O cliente realiza o pedido de parcelamento pelo aplicativo bancário, e a instituição financeira efetua a transferência do valor total ao vendedor no momento da compra.
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Para o cliente, o débito se transforma em uma dívida com o banco, paga em parcelas com juros e incidência de IOF, como um financiamento. Para o lojista, desaparece a necessidade de caixas eletrônicos e empresas operadoras, visto que os bancos competem entre si para apresentar condições mais vantajosas.
A liquidez imediata se destaca como principal benefício. O pagamento na venda proporciona às empresas previsibilidade financeira e maior espaço para reinvestir em estoque e ações promocionais. Contudo, a Bravo ressalta que a administração deve ser cuidadosa. “Sem integração contábil e fiscal apropriada, podem ocorrer diferenças que impactam o planejamento tributário”, complementa Moraes.
O vendedor deve registrar as vendas à prestação com Pix, especificando juros e encargos. Apesar de o Imposto sobre Operações Financeiras ser de responsabilidade do consumidor, ele faz parte do custo total da transação e afeta a decisão de compra.
A maioria dos brasileiros prefere dividir o pagamento de suas compras, mesmo com a inclusão de juros, conforme dados de mercado. O Pix Parcelado se apresenta como uma opção mais acessível, já que não exige limite de cartão de crédito.
Para o comércio físico e online, essa modalidade pode aumentar a conversão e a fidelização. “O cliente sem limite disponível no cartão pode concluir a compra pelo Pix Parcelado. Isso diminui obstáculos e eleva as chances de venda”, avalia Stânia Moraes.
Fonte por: Carta Capital
Autor(a):
Fluente em quatro idiomas e com experiência em coberturas internacionais, Ricardo Tavares explora o impacto global dos principais acontecimentos. Ele já reportou diretamente de zonas de conflito e acompanha as relações diplomáticas de perto.