Pinguim se torna avatar da nova figura em alusão ao amor dos japoneses
O novo personagem será representado por um avatar de pinguim, em referência ao afeto dos japoneses por animais.
Partido Japonês Busca Líder de IA: Um Pinguim para o Futuro da Política
Um partido político emergente no Japão, o “Caminho para o Renascimento”, está buscando uma abordagem inovadora para a política: a utilização de uma inteligência artificial como seu líder. Após resultados eleitorais desanimadores, o fundador do partido, Shinji Ishimaru, ex-prefeito de Akitakata, decidiu que a IA seria o futuro da liderança, em um movimento que levanta questões sobre o papel da tecnologia na democracia.
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O plano, liderado pelo doutorando em pesquisa de IA, Koki Okumura, envolve a criação de um avatar em forma de pinguim, em alusão à popularidade dos animais no Japão. Okumura, de 25 anos, da Universidade de Kyoto, pretende que a IA assuma a tomada de decisões do partido, acreditando que ela pode atingir resultados com maior precisão do que os humanos, considerando vozes que muitas vezes são ignoradas. O objetivo é criar um ambiente político mais inclusivo e humano.
Apesar do entusiasmo do fundador, há ceticismo em relação à proposta. Hiroshi Shiratori, professor de ciência política da Universidade Hosei, em Tóquio, acredita que os eleitores japoneses não estão prontos para um partido tão dependente de IA. “Os eleitores escolhem a pessoa em quem podem confiar e o partido que esteja alinhado com os sentimentos do povo”, afirma. Ele adverte que a IA pode ser “antidemocrática por natureza”, especialmente considerando a valorização do pluralismo na democracia japonesa.
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O experimento não é inédito. Em 2024, Victor Miller, candidato a prefeito de Cheyenne, Wyoming (EUA), e um homem no Reino Unido, também tentaram usar chatbots eleitorais, com resultados controversos. Thomas Ferretti, professor sênior de ética e negócios sustentáveis na Universidade de Greenwich, ressalta que, mesmo com a capacidade da IA de acelerar análises de dados, ela não pode tomar decisões políticas por conta própria, gerando dilemas éticos devido à diversidade de valores e objetivos sociais.
Theodore Lechterman, titular da Cátedra Unesco em Ética e Governança de IA na IE University, enfatiza que a relação entre políticos e eleitores vai além da simples delegação de poder, exigindo autonomia, iniciativas próprias e interação no mundo físico e social. Ele defende que qualquer uso de IA deve ser “deliberado, honesto e transparente”, com os eleitores sempre cientes de quem é o responsável final. Para Okumura, o experimento é tanto um pioneirismo quanto uma forma de participação política, buscando se preparar para um futuro onde a interação com a IA será inevitável.
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Autor(a):
Ana Carolina Braga
Ana Carolina é engenheira de software e jornalista especializada em tecnologia. Ela traduz conceitos complexos em conteúdos acessíveis e instigantes. Ana também cobre tendências em startups, inteligência artificial e segurança cibernética, unindo seu amor pela escrita e pelo mundo digital.












