PGR solicita reabertura de investigação sobre interferência de Bolsonaro na PF

Investigação sobre declarações de Moro ao pedir demissão do Ministério da Justiça, arquivada em 2022, é reaberta. Confira no Poder360.

2 min de leitura

Presidente Jair Bolsonaro, Sérgio Moro e ministros durante a Solenidade de Lançamento do Projeto em Frente Brasil, politicas públicas de combate ao crime violento, no Palácio do Planalto. Brasilia, 29-08-2019. Foto: Sérgio Lima/PODER 360

PGR solicita reabertura de inquérito sobre Jair Bolsonaro

A Procuradoria Geral da República (PGR) requisitou ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), a reabertura do inquérito que investiga Jair Bolsonaro (PL) por suposta interferência na Polícia Federal (PF) durante seu mandato. O pedido foi protocolado no STF na quarta-feira, 15 de outubro de 2025.

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No documento, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, destacou a “necessidade de realização de diligências complementares, para possibilitar um juízo adicional e mais abrangente sobre os fatos investigados”.

Contexto da investigação

Em abril de 2020, o STF acatou o pedido do então procurador-geral Augusto Aras para investigar declarações do atual senador Sergio Moro (União Brasil-PR), que foi ministro da Justiça de Bolsonaro. Na época, Moro justificou sua saída do ministério mencionando a demissão do diretor-geral da PF, Maurício Valeixo.

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Ele afirmou que Bolsonaro desejava uma pessoa de seu “contato pessoal” em cargos de comando na PF para obter relatórios de inteligência. Em março de 2022, a PF informou que não encontrou indícios de crimes na conduta de Bolsonaro ou de Moro. Em setembro, a PGR solicitou o arquivamento do inquérito.

Novas evidências e solicitações

No pedido de reabertura, Gonet mencionou um relatório que analisou diálogos entre Bolsonaro e Moro via WhatsApp em 2020. Em uma conversa no dia 22 de abril, o ex-presidente enviou mensagens sobre a saída de Valeixo e uma reportagem que mencionava investigações sobre deputados bolsonaristas.

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Para Gonet, é “imprescindível verificar com maior amplitude se efetivamente houve interferências ou tentativas de interferência nas investigações”. O procurador-geral pediu que a PF retome a investigação para comparar os dados com apurações sobre uma organização criminosa que atacou autoridades e instituições públicas.

Declarações de Sergio Moro

No discurso de demissão do Ministério da Justiça, Moro afirmou que Bolsonaro queria uma pessoa de seu “contato pessoal” na PF para obter relatórios de inteligência. Ele expressou preocupação com a troca de comando na PF e a possibilidade de interferência política.

Moro também contestou a Secom (Secretaria Especial de Comunicação Social) do Planalto, negando ter solicitado a demissão de Valeixo. Ele declarou que o diretor da PF estava sendo assediado por Bolsonaro para ser substituído, mas não houve pedido formal de demissão.

Em resposta, Bolsonaro afirmou que Moro não se importava com os brasileiros e que sua preocupação era com seu próprio ego. O presidente ressaltou que seu compromisso era com o povo brasileiro.

Autor(a):

Lucas Almeida é o alívio cômico do jornal, transformando o cotidiano em crônicas hilárias e cheias de ironia. Com uma vasta experiência em stand-up comedy e redação humorística, ele garante boas risadas em meio às notícias.

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