O governo federal realizou repasses para a manutenção da rodovia no Amapá; o juízo determinou o afastamento do superintendente do Dnit/AP.
A PF (Polícia Federal) e a CGU (Controladoria-Geral da União) atuam em operações na terça-feira (22) com a operação “Route 156”, visando aprofundar investigações sobre um suposto esquema criminoso de direcionamento de licitações e desvio de recursos públicos federais relacionados a contratos de manutenção e recuperação da BR-156, no Amapá.
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A Polícia Federal aponta que investigações revelam a existência de uma organização criminosa estruturada na Superintendência Regional do DNIT, no Amapá, que teria fraudado o caráter competitivo de pelo menos quatro licitações eletrônicas, totalizando mais de R$ 60 milhões em contratos.
Entre 2024 e 2025, as empresas receberam pagamentos no valor de R$ 32 milhões da União, financiados por recursos federais para a manutenção da infraestrutura rodoviária.
A operação atende a dez mandados de busca e apreensão, sendo seis no Amapá, três em Minas Gerais, um em Mato Grosso do Sul e um no Amazonas.
A Justiça Federal determinou o afastamento preventivo por 10 dias do superintendente do Dnit/AP, Marcello Vieira Linhares, e de uma servidora da autarquia, ambos suspeitos de envolvimento ativo no esquema.
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A Polícia Federal realizou buscas em Nova Lima/MG e apreendeu três carros da marca Porsche, além de 13 quadros de Guignard e Portinari, juntamente com joias e relógios de luxo.
Na Macapá, a Polícia Federal apreendeu três pistolas, um fuzil .556 e cerca de 250 munições. O investigado é CAC e a PF iniciará o processo de cancelamento do registro.
A PF e a CGU investigaram indícios de que o grupo operava por meio da criação de processos licitatórios fraudulentos, simulando competição com propostas falsas e cláusulas indevidamente restritivas nos editais, além de omissões intencionais de servidores públicos no dever de fiscalizar e instaurar processos administrativos em face de irregularidades.
Foram também decretados o bloqueio judicial de ativos e valores dos investigados no valor total de R$ 8.060.000,00, correspondente aos levantamentos em dinheiro e operações financeiras incomuns detectadas na investigação.
Os participantes podem responder, em extensão de seus envolvimentos, pelos crimes de fraude à licitação, organização criminosa, prevaricação, violação de sigilo funcional, tráfico de influência e lavagem de dinheiro.
As investigações iniciaram-se a partir de denúncias que apontavam para a ocorrência de fraudes em quatro processos licitatórios realizados pelo DNIT, em 2024, referentes à execução de serviços de manutenção em trechos da rodovia federal.
Investigações conduzidas pela CGU e por órgãos parceiros corroboraram os fatos denunciados, inclusive em relação à suposta fraude ao caráter competitivo das licitações, que ocasionou a celebração de contratos na ordem de R$ 60 milhões com as empresas investigadas.
As investigações também apontaram a prática de operações financeiras com características de lavagem de capitais, juntamente com a atuação de organização criminosa composta por agentes públicos e privados.
Entre 2024 e 2025, as empresas receberam pagamentos no valor de R$ 32 milhões da União, financiados por recursos federais para a manutenção da infraestrutura rodoviária.
A CNN busca esclarecimentos do DNIT e do superintendente em Amazonas.
Fonte por: CNN Brasil
Autor(a):
Fluente em quatro idiomas e com experiência em coberturas internacionais, Ricardo Tavares explora o impacto global dos principais acontecimentos. Ele já reportou diretamente de zonas de conflito e acompanha as relações diplomáticas de perto.