Petro solicita o envio de tropas colombianas para a Faixa de Gaza e Venezuela apoia o diálogo
O presidente colombiano declarou que, com a via diplomática exaurida, é necessário “impedir o genocídio” através do envio de tropas à região.

O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, solicitou a presença militar colombiana na Faixa de Gaza. Em pronunciamento no Grupo de Haia, realizado em Bogotá, o chefe de Estado defendia que seria necessário solicitar a atuação de tropas colombianas para “impedir o genocídio”.
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Ele, contudo, afirmou que é necessário esgotar os meios diplomáticos antes de adotar medidas que envolvam o emprego da força.
Almejamos implementar ações legais, diplomáticas e econômicas concretas que possam evitar a destruição de Israel e defender o princípio fundamental de que nenhum Estado está acima da lei, declarou durante a abertura da reunião de ministros de 8 países denominada Grupo de Haia.
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Os governos da Bolívia, Cuba, Honduras, Senegal, África do Sul, Malásia, Namíbia e Colômbia participam da reunião. A cúpula iniciou nesta terça-feira (15) e terá duração de dois dias. O objetivo é que os representantes redijam uma resolução com diversas medidas. Na quarta-feira (16), o encontro contará com a presença da relatora especial da ONU, Francesca Albanese.
Apoio da Venezuela
O governo de Nicolás Maduro enviou uma carta elogiando os esforços da Colômbia e África do Sul na organização dessa frente contra os ataques israelenses. Para o presidente venezuelano, a reunião representa uma resposta moral e política essencial em um momento em que “toda a humanidade é desafiada pelo horror e pela impunidade”.
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No documento, o mandatário declara que o governo da Venezuela se posiciona desde o início do mandato de Hugo Chávez, em 1999, em relação ao genocídio em curso contra os palestinos. O texto destaca que, desde outubro de 2023, o mundo observa uma fase “cruel de extermínio” que resultou em quase 60 mil mortos, 138.520 feridos e milhares de desaparecidos, embora o genocídio “não tenha começado há 21 meses”.
Maduro afirma que esses ataques têm origem em 1948, com o início da ocupação sionista, com a expulsão forçada do povo palestino de suas terras e o “estabelecimento de um regime colonial e criminoso”, que utilizou a expropriação, a repressão, o bloqueio e o terror como políticas de Estado.
O que se observa em Gaza, Rafah, Nablus e em toda a Palestina não é um conflito entre iguais. É um plano sistemático para destruir um povo, erradicar sua identidade e apagar sua memória. É um crime contra a humanidade, sustentado pelo fluxo constante de armas, dinheiro, tecnologias de vigilância e proteção diplomática das potências ocidentais, que insistem em criar um enclave militar na Ásia Ocidental. O regime de Netanyahu, sob o controle de uma elite sionista que fez da guerra e do racismo uma doutrina de Estado, tornou-se a maior ameaça à humanidade.
Além de apoiar o encontro, o mandatário venezuelano afirmou que respeita e apoia o trabalho de Francesca Albanese, sobre a situação dos direitos humanos nos Territórios Palestinos Ocupados. “Apelamos para que ela continue sua missão, apesar das sanções e da estigmatização que enfrenta. Sua voz é necessária. Sua verdade incomoda os poderosos, mas salvará os oprimidos”, afirmou.
Ele também recordou da sua proposta de promover uma cúpula entre países do Sul Global para debater a solução dos conflitos no Oriente Médio e o encerramento da escalada de conflitos na região, com a ameaça do emprego de armas nucleares. A proposta seria reunir organizações internacionais para alcançar o consenso de uma “paz duradoura” no Ocidente Asiático.
Fonte por: Brasil de Fato
Autor(a):
Júlia Mendes
Apaixonada por cinema, música e literatura, Júlia Mendes é formada em Jornalismo pela Universidade Federal de São Paulo. Com uma década de experiência, ela já entrevistou artistas de renome e cobriu grandes festivais internacionais. Quando não está escrevendo, Júlia é vista em mostras de cinema ou explorando novas bandas independentes.