Pesquisadores identificam ecossistema animal que se sustenta da quimiossíntese

Comunidades foram encontradas a 9.533 metros abaixo da superfície do oceano Pacífico.

01/08/2025 15:01

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Pesquisadores identificam ecossistema animal que se sustenta da quimiossíntese
(Imagem de reprodução da internet).

Pesquisadores que exploraram as profundezas notáveis de duas fossas oceânicas no noroeste do Pacífico identificaram comunidades vibrantes de organismos marinhos que sustentam sua vida sem consumir matéria orgânica, mas através da conversão de substâncias químicas em energia.

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Eles identificou essas espécies com base em quimiossíntese – controlada por vermes tubulares e moluscos – durante uma expedição de mergulho em um submarino tripulado até o leito das fossas de Kuril-Kamchatka e das Aleutas. Essas criaturas são alimentadas por fluidos ricos em sulfeto de hidrogênio e metano que se originam do fundo do mar nesse ambiente escuro e frio, fora do alcance da luz solar.

Esses ecossistemas foram encontrados em profundidades superiores à altura do Monte Everest. O mais profundo deles situava-se a 9.533 metros abaixo da superfície do oceano, na Fossa de Kuril-Kamchatka. Isso representou um avanço de quase 25% em relação à maior profundidade em que tais animais haviam sido previamente documentados.

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“O que torna nossa descoberta inovadora não é apenas sua maior profundidade — é a impressionante abundância e diversidade de vida quimiossintética que observamos”, afirmou o geoquímico marinho Mengran Du, do Instituto de Ciência e Engenharia de Águas Profundas (IDSSE, na sigla em inglês), parte da Academia Chinesa de Ciências, um dos autores da pesquisa publicada na quarta-feira na revista Nature.

Diferente de bolsões isolados de organismos, essa comunidade prospera como um oásis vibrante no vasto deserto das profundezas do mar, acrescentou Du.

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Apesar de alguns animais marinhos já terem sido registrados em profundidades ainda maiores, como os quase 11.000 metros da Fossa das Marianas, no Pacífico, conforme apontou Du, eles não se alimentavam de substâncias químicas.

Um estudo recente empregou um submarino, denominado Fendouzhe, para alcançar a zona hadal, um local onde uma placa continental desliza sob outra em um processo conhecido como subducção.

O ambiente oceânico ali apresenta frio, ausência total de luz e intensa atividade tectônica, segundo o geólogo marinho do IDSSE e coautor do estudo, Xiaotong Peng, líder do programa de pesquisa.

Essa área, conforme o pesquisador, contém as comunidades quimiossintéticas mais profundas e mais extensas que se conhecem em nosso planeta.

A Fossa de Kuril-Kamchatka possui aproximadamente 2.900 km de extensão e se localiza à frente da costa sudeste da Península de Kamchatka. A Fossa das Aleutas tem cerca de 3.400 km de extensão e se estende ao longo da costa sul do Alasca e das Ilhas Aleutas.

Novos ecossistemas detectados foram controlados por dois tipos de animais, vermes tubulares vermelhos, cinzas ou brancos, com aproximadamente 20 a 30 centímetros de comprimento, e moluscos brancos de até 23 centímetros de comprimento. Alguns deles aparentam ser espécies até então desconhecidas, afirmou Du.

Apesar de existirem em ambientes extremamente adversos, essas espécies conseguiram se manter e evoluir.

Diversos animais que não se alimentam de compostos químicos, nutrindo-se de matéria orgânica e restos de organismos marinhos provenientes das camadas superiores, foram identificados nesses ecossistemas, como anêmonas-do-mar, vermes-colher e pepinos-do-mar.

Du, diretor da expedição, relatou como foi visitar aquele reino aquático distante.

A descida no submarino foi uma experiência extraordinária — como uma viagem no tempo. Cada mergulho me transportava para um novo reino das profundezas do mar, como se estivesse revelando um mundo oculto e desvendando seus mistérios, disse Du, expressando admiração pela notável resistência e beleza das criaturas que os cientistas testemunharam.

O estudo demonstra como a vida pode se desenvolver em algumas das condições mais extremas da Terra – e possivelmente além.

Essas descobertas ampliam os limites de profundidade das comunidades quimiossintéticas na Terra. Trabalhos futuros devem se concentrar em como essas criaturas se adaptam a uma profundidade tão extrema, afirmou Peng.

Sugere-se que comunidades quimiossintéticas semelhantes também possam existir em oceanos extraterrestres, considerando que espécies químicas como metano e hidrogênio são comuns por ali.

Fonte por: CNN Brasil

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