Pesquisa Atlas aponta aumento na rejeição a Milei, que atinge seu maior patamar

A investigação foi conduzida em decorrência do escândalo de corrupção que envolveu a irmã e o braço direito do presidente.

17/09/2025 14:17

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(Imagem de reprodução da internet).

A insatisfação da população argentina com o presidente Javier Milei atingiu o patamar mais elevado desde o início de seu mandato, conforme aponta uma pesquisa da AtlasIntel em colaboração com a Bloomberg, publicada nesta quarta-feira, 17. Quase 54% dos argentinos desaprovam o desempenho do líder ultraliberal, enquanto pouco mais de 42% o aprovam.

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Uma pesquisa online, que coletou as opiniões de 5.315 argentinos, ocorreu entre 10 e 14 de setembro, após um escândalo de corrupção que envolveu o círculo próximo ao presidente, incluindo sua irmã Karina Milei, acusada de participação em um esquema de propinas na aquisição de medicamentos para pessoas com deficiência.

Os resultados indicam uma progressão no descontentamento. O AtlasIntel conduz pesquisas mensais e, a partir de junho, a diferença entre os que criticam e os que avaliam positivamente Milei só aumenta. Ademais, a última ocasião em que o economista teve maior respaldo foi em dezembro de 2024.

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Mais de metade dos entrevistados na pesquisa apontaram a corrupção como o principal problema da Argentina. Houve um aumento em relação à pesquisa de agosto, onde a corrupção era considerada um dos problemas mais relevantes por 37% dos argentinos.

A pesquisa incluiu uma questão sobre a percepção dos argentinos em relação ao governo, com 49,5% dos entrevistados classificando-o como “ruim” ou “muito ruim”, e apenas 33,4% considerando-o “bom” ou “excelente”. 16,3% avaliaram o trabalho como regular, e 0,8% não forneceram resposta.

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Nos últimos meses, a avaliação do governo também demonstra uma tendência negativa para o ministro Milei, com o percentual de pessoas que o classificam como “ruim” ou “muito ruim” atingindo níveis elevados. Paralelamente, as avaliações positivas, como “bom” e “excelente”, alcançaram o menor patamar.

A pesquisa ocorre em um momento decisivo para a conjuntura política do país. Em 26 de outubro, os argentinos se dirigirão às urnas para as eleições legislativas, que substituirão a metade das vagas da Câmara dos Deputados e um terço do Senado.

O partido do presidente, La Libertad Avanza, enfrentou uma forte derrota nas eleições provinciais de Buenos Aires, em 7 de setembro. O peronismo, principal força opositora, obteve a maioria das cadeiras no pleito.

O presidente anunciou, na segunda-feira 15, medidas para reverter a situação, incluindo incrementos nos gastos públicos com aposentadorias, saúde, educação e pessoas com deficiência. O novo orçamento, caso aprovado pelo Congresso, entrará em vigor a partir de 2026.

Fonte por: Carta Capital

Autor(a):

Ambientalista desde sempre, Bianca Lemos se dedica a reportagens que inspiram mudanças e conscientizam sobre as questões ambientais. Com uma abordagem sensível e dados bem fundamentados, seus textos chamam a atenção para a urgência do cuidado com o planeta.