Perspectivas Econômicas: Petrônio Cançado Analisa Taxa de Juros e Mercado de Crédito no Brasil

Petrônio Cançado, da Occam, analisa a taxa de juros de 15% e suas implicações para a economia brasileira, destacando perspectivas otimistas para 2026.

27/11/2025 19:07

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(Imagem de reprodução da internet).

Perspectivas Econômicas e Taxa de Juros no Brasil

Embora não preveja uma crise de crédito iminente, Petrônio Cançado, sócio da gestora de fundos Occam, afirma que a taxa de juros de 15% está relacionada à desaceleração econômica esperada para 2026. Ele acredita que, embora possam surgir problemas, estes serão pontuais. “A Selic é o fator que mais impacta o mercado de crédito”, destaca Cançado em entrevista ao Capital Insights.

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O especialista projeta que os cortes na Selic devem ocorrer apenas a partir de março e que a inflação deve apresentar um leve recuo entre 2025 e 2026, com uma expectativa de algo ligeiramente acima de 4,5%. Ele observa que o mercado de trabalho permanece aquecido, o que pode oferecer espaço para a redução da Selic, impulsionada pela credibilidade que o Banco Central vem conquistando.

Impacto da Taxa de Juros no Mercado de Crédito

Cançado, que lidera a área de crédito da Occam, ressalta que, com a atual taxa de juros, a emissão de papéis privados está restrita às grandes empresas. “As pequenas empresas são as mais afetadas na situação atual”, afirma. Ele observa que os spreads pagos pelas grandes companhias estão baixos devido à alta taxa de juros, enquanto as empresas menores enfrentam spreads mais elevados.

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O especialista acredita que o pior momento econômico já passou e que as perspectivas para 2026 são mais otimistas do que no início deste ano, especialmente após um final de ano desafiador para o mercado de crédito. “Em 2025, tivemos um bom desempenho no crédito”, comenta, destacando a aposta da Occam em debêntures de infraestrutura, impulsionadas pela isenção fiscal.

Expectativas para o Mercado de Ações

Sobre o mercado de ações, Cançado observa que a percepção de que os papéis estavam subvalorizados contribuiu para a valorização de cerca de 30% acumulada no ano. Ele aponta que os setores financeiro e de utilities são as melhores apostas para 2026, com a Occam mostrando preferência por empresas como BTG, Nubank, Equatorial, Copel e Sabesp.

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Por fim, Cançado destaca que a principal preocupação do Brasil é a questão fiscal e que a continuidade da entrada de investidores estrangeiros está atrelada à política monetária dos Estados Unidos. “As opiniões divergentes do Banco Central americano geram incertezas e podem resultar em cortes menores na taxa de juros”, conclui.

Gabriel é economista e jornalista, trazendo análises claras sobre mercados financeiros, empreendedorismo e políticas econômicas. Sua habilidade de prever tendências e explicar dados complexos o torna referência para quem busca entender o mundo dos negócios.