Governo de Pernambuco Concede Serviços de Água e Esgoto a Empresas Privadas

O governo de Pernambuco anunciou a concessão dos serviços de água e esgoto para duas microrregiões do estado à iniciativa privada. Um consórcio formado pela BRK Ambiental, Acciona e a gestora Pátria venceu o leilão realizado em São Paulo na última quinta-feira (18 de dezembro de 2025).

Os contratos, que somam R$ 4,25 bilhões em outorgas, preveem investimentos de aproximadamente R$ 19,2 bilhões durante a duração da concessão.

O modelo adotado pelo estado divide o território em blocos regionais, mantendo a Compesa (Companhia Pernambucana de Saneamento) responsável pela produção de água. As empresas concessionárias privadas, por sua vez, ficarão encarregadas da distribuição da água, além da coleta e tratamento de esgoto.

A maior das microrregiões, a MRAE2, que engloba 150 municípios, incluindo a Grande Recife, Fernando de Noronha e cidades do Sertão do Pajeú, foi arrematada pelo consórcio BRK-Acciona. O grupo ofereceu um desconto de 5% na tarifa básica e uma outorga de R$ 3,5 bilhões.

O contrato prevê R$ 15,4 bilhões em investimentos, com R$ 6,4 bilhões destinados à água e R$ 9 bilhões ao esgotamento sanitário. A Compesa continuará operando o sistema de produção de água.

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A BRK Ambiental já atuava em Pernambuco desde 2013, quando estabeleceu uma parceria com o estado para o esgotamento sanitário da região metropolitana de Recife. A microrregião MRAE1, que abrange 24 municípios do Sertão, incluindo Petrolina, foi vencida pela gestora Pátria, que está entrando no setor de saneamento.

A empresa ofereceu um deságio de 5% na tarifa e uma outorga de R$ 720 milhões.

O contrato do Sertão prevê R$ 2,9 bilhões em investimentos, com R$ 1,05 bilhão em água e R$ 1,9 bilhão em esgoto, além de R$ 453 milhões destinados a obras estruturantes, como a ampliação do sistema adutor do Oeste e a integração entre os municípios de Petrolina, Afrânio e Dormentes.

Outros dois grupos também disputaram o bloco do Sertão: a VPE Participações ofereceu um desconto de 5% na tarifa e uma outorga de R$ 197 milhões, enquanto a Aegea apresentou uma proposta com um deságio de 3% e uma outorga de R$ 87 milhões, o valor mínimo previsto no edital.

O governo estadual justifica as concessões com o objetivo de acelerar a universalização do saneamento, em linha com as metas estabelecidas pelo novo marco legal do setor, que visa garantir o atendimento a todos os municípios até 2033.