Pastores criticam a influência de líderes evangélicos na administração pública
Alexandre Gonçalves adverte sobre esforços de grupos religiosos em promover seus valores e alcançar vantagens governamentais, sustentando a importância …

A ascensão de lideranças evangélicas na política brasileira tem se distanciado de valores cristãos universais em prol de interesses corporativos, conforme afirma o mestre em Teologia e pastor pentecostal Alexandre Gonçalves. Ele destaca uma preocupante tendência de grupos religiosos buscarem não apenas impor padrões morais à sociedade, mas também obter benefícios do Estado.
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Gonçalves estabelece uma comparação histórica com a influência da Igreja Católica no Brasil, mencionando como exemplo a questão do divórcio, que era proibido em razão da influência católica. Ele destaca que os evangélicos eram contrários a esse tipo de imposição religiosa no passado, porém alguns grupos atualmente parecem reproduzir práticas semelhantes.
Com a Constituição de 1988, a influência católica no Estado diminuiu consideravelmente. Contudo, Gonçalves aponta que hoje há uma tentativa de grupos evangélicos de assumir essa posição de poder.
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Gonçalves afirma ver uma tentativa da Igreja Evangélica de não apenas impor suas ideias ou padrões morais, mas também uma prática mercantilista de se aproveitar de uma parte do Estado em benefício da organização religiosa.
Essa imposição, segundo o teólogo, gera uma carência de lideranças de grande amplitude, que não possua um certo orgulho da posição democrata. Em vez disso, prevaleceriam posições corporativistas que buscam benefícios imediatos para organizações religiosas específicas.
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Para Gonçalves, os valores cristãos que deveriam orientar a atuação política são universais, como a fraternidade e a solidariedade, seguindo o exemplo de Jesus Cristo. Contudo, ele observa que as lideranças evangélicas contemporâneas se distanciaram desses princípios fundamentais, priorizando interesses particulares em detrimento do bem comum.
Reunião de evangélicos
De acordo com o Censo Demográfico de 2022 do IBGE, 26,9% da população brasileira se declarou evangélica, representando 47,4 milhões de pessoas – o maior número já registrado na série histórica.
Essa elevação corresponde a um aumento de 5,2 pontos percentuais em relação aos dados de 2010.
A taxa de católicos apostólicos romanos na população com 10 anos ou mais diminuiu em 8,4 pontos percentuais no período, passando de 65,1% para 56,7%.
WW Especial
O programa, apresentado por William Waack, é exibido aos domingos, às 22h, em todas as plataformas da CNN Brasil.
revisado por Danilo Cruz, da CNN Brasil em São Paulo
Fonte por: CNN Brasil
Autor(a):
Marcos Oliveira
Marcos Oliveira é um veterano na cobertura política, com mais de 15 anos de atuação em veículos renomados. Formado pela Universidade de Brasília, ele se especializou em análise política e jornalismo investigativo. Marcos é reconhecido por suas reportagens incisivas e comprometidas com a verdade.