Parlamento espanhol vota contra proposta do governo para diminuir a duração da semana laboral

A iniciativa, na visão do governo de Pedro Sánchez, impactaria mais de 12 milhões de trabalhadores do setor privado.

10/09/2025 18:30

2 min de leitura

Parlamento espanhol vota contra proposta do governo para diminuir a duração da semana laboral
(Imagem de reprodução da internet).

A Câmara dos Deputados rejeitou, na quarta-feira 10, a diminuição da semana de trabalho, uma proposta central do governo de esquerda, em mais um revés para seu líder, o socialista Pedro Sánchez, que não possui maioria no Legislativo.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

A proposta, que pretendia diminuir a carga horária de trabalho de 40 para 37,5 horas, foi rejeitada por 178 deputados, enquanto 170 votos foram favoráveis à sua aprovação.

Em maio, o ministros aprovaram a lei, uma das reformas-chave que o líder socialista e sua equipe pretendiam implementar.

Leia também:

A proposta, defendida pela ministra do Trabalho, Yolanda Díaz, do grupo Sumar – aliado dos socialistas no governo –, foi elaborada em acordo com os dois maiores sindicatos dos trabalhadores, UGT e CCOO, porém sem a participação das associações empresariais, que se opõem à reforma.

A iniciativa atenderia mais de 12 milhões de trabalhadores do setor privado, notadamente aqueles das áreas do comércio, de bares e restaurantes e da agricultura. As 37,5 horas semanais são atualmente utilizadas na administração pública e em diversas grandes empresas.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

A falha da iniciativa demonstra novamente a delicada situação de Sánchez, que não possui maioria absoluta no Parlamento e necessita do apoio de diversos partidos regionais, inclusive os separatistas catalães do Junts per Catalunya, para aprovar leis.

Contudo, esses últimos, vistos como próximos do setor empresarial, votaram contra, assim como a direita e a extrema-direita.

Yolanda Díaz garantiu à Câmara que o governo manterá e retomará a apresentação da proposta, solicitando aos deputados do Junts que alterem sua posição para que não se contrariem com os 12,5 milhões de trabalhadores do país que poderiam ser beneficiados pela norma.

“Sim, vamos perder uma votação”, admitiu Díaz, acrescentando, contudo, que “a redução desta jornada de trabalho e o aumento dos salários estão ganhos nas ruas. Já ganhamos, todo o país quer que esta votação vá adiante”.

No início de agosto, o governo enfrentou uma significativa derrota ao não aprovar um pacote de medidas que visava prevenir um novo e generalizado corte de energia elétrica, semelhante ao ocorrido em abril.

A reviravolta desta quarta-feira coincide com a necessidade de Begoña Gómez, esposa de Pedro Sánchez, comparecer novamente perante um juiz no curso de uma investigação por desvio de recursos públicos.

Este caso se enquadra em diversos processos judiciais relacionados ao círculo do líder socialista. Também estão sob investigação seu irmão mais novo, o ex-número três do Partido Socialista, um ex-ministro com quem mantinha uma relação próxima e o procurador-geral do Estado, indicado pelo governo.

Fonte por: Carta Capital

Autor(a):

Ambientalista desde sempre, Bianca Lemos se dedica a reportagens que inspiram mudanças e conscientizam sobre as questões ambientais. Com uma abordagem sensível e dados bem fundamentados, seus textos chamam a atenção para a urgência do cuidado com o planeta.