Parlamentares desconsideram recomendação do STF e propõem emendas sem identificação de responsáveis
Os partidos União Brasil, PP, Republicanos e Solidariedade apresentaram R$ 176 milhões em emendas de comissão aprovadas.

Deputados da Câmara aprovaram nesta semana pelo menos R$ 176 milhões em emendas parlamentares com indicações de autores ocultos.
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Apesar dos princípios de transparência defendidos pelo ministro Flávio Dino, do STF, os recursos foram apresentados pelas lideranças do Progressistas, União Brasil, Republicanos e Solidariedade, sem que o parlamentar fosse identificado como o responsável pela proposição.
As indicações à Lei Orçamentária Anual de 2025 foram aprovadas em cinco colegiados na quarta-feira (13), mas somente as comissões de Saúde, Turismo e Desenvolvimento Urbano divulgaram a relação dos recursos indicados de forma detalhada até quinta-feira (14).
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As comissões de Integração Nacional e Esporte também aprovaram emendas de comissão, porém ainda não divulgaram os dados.
As eleições foram conduzidas de maneira simbólica — sem o registro individual dos votos dos parlamentares — e foram rápidas, sem debates. Contudo, a velocidade da aprovação gerou críticas e reclamações de deputados que afirmaram não saber a destinação dos recursos.
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A liderança do Progressistas, dentre os valores já divulgados, foi a que mais indicou nesse modelo, aparecendo como solicitante de R$ 121 milhões, sendo cerca de R$ 110 milhões provenientes da Comissão de Saúde. Outros R$ 9 milhões provêm da Comissão de Desenvolvimento Urbano e R$ 2 milhões, da Comissão de Turismo.
Os dados revelam que a liderança do Republicanos alocou aproximadamente R$ 29 milhões, seguida pela liderança do Solidariedade (R$ 16 milhões) e do União Brasil (R$ 10,3 milhões).
Novo orçamento secreto.
No orçamento de 2025, a parcela destinada às emendas de comissão é de R$ 11,5 bilhões. Diferentemente das emendas individuais e de bancada, os recursos apontados pelos orçamentos do Congresso não são obrigatórios, ou seja, não possuem execução vinculada pelo Executivo.
Após a proibição das emendas de relator, as emendas de comissão foram alvo do STF devido à falta de transparência e rastreabilidade. O mecanismo, que chegou a ser visto como o “novo orçamento secreto”, recebeu critérios para sua execução.
Aprovado o plano de trabalho, resultado do acordo entre os Três Poderes, que estabelece a identificação dos “padrinhos” de cada parte das emendas da comissão e a aprovação das indicações registradas em ata.
Fonte por: CNN Brasil
Autor(a):
Ricardo Tavares
Fluente em quatro idiomas e com experiência em coberturas internacionais, Ricardo Tavares explora o impacto global dos principais acontecimentos. Ele já reportou diretamente de zonas de conflito e acompanha as relações diplomáticas de perto.