Palestinos rejeitam proposta de Israel para “cidade humanitária”
A oposição criticou a proposta, classificando o local indicado como um “campo de concentração”, o que poderia resultar em limpeza étnica na área.

Palestinos internamente deslocados em Rafah, no sul de Gaza, recusaram o projeto israelense de realocar centenas de milhares de pessoas removidas para uma denominada “cidade humanitária”. Eles manifestaram o desejo de retornar às suas casas e restaurar seus lares.
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Imagens de satélite de quarta-feira (16) revelaram áreas recentemente danificadas na Faixa de Gaza com mais prédios destruídos.
O esboço provocou debates entre parlamentares e o Ministério da Defesa, contudo, órgãos competentes afirmam que um plano concreto ainda necessita ser desenvolvido.
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Apesar da ausência de um projeto definido, críticos da oposição denunciaram a proposta, com alguns comparando o local indicado a um “campo de concentração”, o que poderia resultar na limpeza étnica no enclave costeiro afetado por 21 meses de conflito.
O governo do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, justificou o projeto afirmando que visa proporcionar aos civis um abrigo seguro e, simultaneamente, reduzir ainda mais o domínio dos militantes do Hamas sobre Gaza.
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Entretanto, Netanyahu não definiu se a iniciativa constitui uma política governamental real.
Infraestrutura da cidade humanitária
A proposta foi apresentada pelo Ministro da Defesa, Israel Katz, no início deste mês, e Netanyahu reuniu o ministro e autoridades da defesa para analisá-la.
Os militares apresentaram uma proposta detalhada, porém Netanyahu a rejeitou por considerá-la excessivamente cara e complexa, segundo duas fontes oficiais israelenses. O primeiro-ministro instruiu-os a elaborar algo mais econômico e ágil.
Uma fonte militar israelense afirmou que a operação se mostrou complexa devido à necessidade de logística para infraestrutura, incluindo saneamento, serviços médicos, água e abastecimento de alimentos.
A fonte afirmou que o planejamento se encontrava em estágio inicial, com o propósito de auxiliar os palestinos que não desejam viver sob o controle do Hamas.
Alguns analistas apontaram que o propósito real do lançamento do plano era intensificar a pressão sobre o Hamas nas negociações de cessar-fogo, ao tempo em que atendia aos interesses dos conservadores no governo que se opunham a qualquer acordo de trégua.
O governo de Netanyahu e o exército israelense não atenderam a solicitação de um pronunciamento da Reuters.
Quase toda a população de Gaza, ultrapassando os 2 milhões de habitantes, já foi deslocada devido ao conflito, iniciado em outubro de 2023 com um ataque surpresa do Hamas contra Israel.
O porta-voz informou que aproximadamente 600 mil indivíduos seriam realocados para o novo campo, a ser erguido no sul de Gaza, próximo à fronteira egípcia, onde as tropas israelenses assumiram o domínio e que, como grande parte da região, encontra-se em estado de ruínas.
Katz afirmou que a nova área, em Rafah, seria desprovida de qualquer atuação do Hamas e seria governada por forças internacionais, não israelenses.
De acordo com o Ministério da Saúde de Gaza, mais de 58 mil indivíduos perderam a vida desde o início do conflito em 7 de outubro de 2023, quando combatentes liderados pelo Hamas atacaram Israel, resultando na morte de aproximadamente 1.200 pessoas e o sequestro de 251 reféns para Gaza, conforme dados israelenses.
Fonte por: CNN Brasil
Autor(a):
Ricardo Tavares
Fluente em quatro idiomas e com experiência em coberturas internacionais, Ricardo Tavares explora o impacto global dos principais acontecimentos. Ele já reportou diretamente de zonas de conflito e acompanha as relações diplomáticas de perto.