Palacete Piauí: Um Casarão Centenário no Coração da Verticalização de São Paulo
Na esquina da Rua Piauí com a Rua Itacolomy, em Higienópolis, um casarão centenário testemunhou grande parte da história de São Paulo. Agora, está no centro de um projeto de verticalização, com a construção de novas torres residenciais.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
A propriedade, com aproximadamente 600 metros quadrados de área construída, manterá sua arquitetura original. No entanto, parte do antigo quintal e área de serviço será ocupada por duas torres residenciais de 20 andares, desenvolvidas pela Helbor em parceria com a MPD Engenharia. O projeto visa preservar a história do casarão, integrando-o a um novo cenário urbano.
Detalhes dos Edifícios Novos
O primeiro edifício, de alto padrão, oferecerá 40 unidades de 254 metros quadrados. O segundo, com 96 apartamentos de 28 metros quadrados, representa uma opção de metragem mais compacta. Ambos os edifícios buscam oferecer diferentes opções de moradia, respeitando a diversidade do bairro.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
Restauro e Investimento
O restauro do Palacete Piauí, com um investimento de R$ 10 milhões, é realizado pelo Estúdio Sarasá. O processo, que durou cerca de três anos de projeto e dois anos de obras, envolveu a recomposição detalhada de fachadas, interiores e acabamentos originais, incluindo vitrais, escadas em mármore, corrimãos de ferro e entalhes em madeira.
Histórico do Imóvel
Construído entre 1916 e 1918, durante o auge do ciclo do café paulista, o Palacete Piauí pertenceu à família de José Martiniano Rodrigues Alves, embora o ex-presidente nunca tenha residido no local. Após a venda à viúva de José Martiniano, o imóvel foi utilizado pelo IAPAS (atual INSS) e, posteriormente, pela Polícia Federal e pela Dops durante o governo militar.
LEIA TAMBÉM!
Embora tenha havido propostas para transformá-lo em um museu de direitos humanos, a ideia não foi concretizada. O casarão foi tombado em 2012, mas quase foi demolido no final da década de 1990, quando foi adquirido pela Encol. Devido à falência da empresa, o imóvel retornou ao INSS, e posteriormente foi arrematado pela Helbor em parceria com a MPD.
Reações e Perspectivas Futuras
A construção das torres no entorno do Palacete Piauí gerou resistência por parte de moradores, que temem que os novos prédios “sufoquem” o casarão. No entanto, as incorporadoras afirmam respeitar as manifestações e buscam preservar a história do casarão, criando um contraste entre o “novo e o antigo”.
A partir de outubro e até novembro, o imóvel estará aberto para visitas guiadas, e posteriormente será utilizado para eventos privados. As opções de vocação para o casarão incluem restaurantes, livrarias, cafés e galerias de arte, buscando valorizar o patrimônio histórico e cultural da região.
