Pais podem auxiliar na saúde mental dos filhos durante o Setembro Amarelo
A avaliação de um segundo especialista aponta que a escuta ativa, livre de julgamentos, e o cuidado com o próprio bem-estar emocional são elementos cruc…

Dezesseis vírgula oito por cento das crianças e adolescentes entre 10 e 19 anos em todo o mundo sofrem de transtornos mentais, conforme apontado no Relatório KidsRights Index 2025, publicado em junho do corrente ano. A Organização Mundial da Saúde (OMS) indica que o suicídio é a terceira causa mais comum de óbitos entre jovens com idades compreendidas entre 15 e 29 anos.
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O aumento de problemas de saúde mental em jovens está relacionado a fatores como cobranças escolares, comparação com pares, pressão social, uso excessivo de redes sociais, desigualdades socioeconômicas e os impactos da pandemia de Covid-19, conforme aponta Geiza Antunes, neuropsicóloga e responsável pelos grupos de apoio de crianças e adolescentes da Associação Brasileira de Familiares, Amigos e Portadores de Transtornos Afetivos (ABRATA).
Ademais, conforme a OMS, vínculos familiares problemáticos, como casos de violência, bullying e a própria busca por identidade, podem influenciar significativamente o bem-estar mental dos adolescentes, conforme declara a especialista da CNN.
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É possível mitigar os efeitos desses elementos na saúde mental dos jovens, por meio de uma rede de apoio que compreende familiares, colegas e a instituição escolar. Como os pais podem exercer essa função, considerando o espaço pessoal dos filhos e evitando pressões que possam agravar a situação?
O ideal é encontrar um equilíbrio: expressar expectativas, ao mesmo tempo em que se oferece apoio emocional e se valorizam os esforços dos jovens. Uma sugestão é utilizar a Comunicação Não-Violenta, que ensina a observar sem julgar, a falar dos sentimentos e necessidades, e a converter exigências em pedidos. Isso auxilia na criação de um diálogo mais leve e de confiança.
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Estudos indicam que a participação ativa dos pais, mesmo com agendas ocupadas, promove laços afetivos e estabelece um sentimento de pertencimento. As evidências apontam que não é necessário que seja constante, mas sim que haja momentos de interação de valor, como durante as refeições, uma atividade ao ar livre ou uma conversa agradável, que já fortalecem o vínculo.
Quando os pais mostram interesse genuíno nos passatempos e na vida diária dos filhos, eles se sentem mais apreciados e confiantes. Essa participação é um elemento protetivo contra transtornos de saúde mental.
Um outro aspecto relevante para a saúde mental dos filhos é que os pais se preocupem com seu próprio bem-estar emocional. Um estudo publicado recentemente na revista JAMA Pediatrics demonstrou que o sofrimento mental dos pais está relacionado a um desenvolvimento infantil aquém do esperado, impactando áreas como cognição, habilidades socioemocionais, linguagem e desenvolvimento físico.
A pesquisa indica que problemas de saúde mental em pais podem causar instabilidade familiar, insegurança e dificuldades na regulação emocional dos filhos. Depressão ou ansiedade não diagnosticados e não tratados diminuem a qualidade da comunicação e do tempo em família, além de promoverem conflitos que elevam o risco de transtornos emocionais na prole, conforme afirma Antunes.
Mas não é só isso: momentos de lazer em família, passeios ou até mesmo atividades simples, com os pais, criam boas lembranças e diminuem o estresse. Não menos importante é incentivar a conversa aberta, buscar apoio psicológico quando necessário e fortalecer as redes de amigos e familiares. Técnicas de respiração, ioga ou até leitura contribuem para um ambiente emocionalmente mais seguro.
Fonte por: CNN Brasil
Autor(a):
Sofia Martins
Com uma carreira que começou como stylist, Sofia Martins traz uma perspectiva única para a cobertura de moda. Seus textos combinam análise de tendências, dicas práticas e reflexões sobre a relação entre estilo e sociedade contemporânea.