Pai de Adolescente Relata Jornada do Filho no Mundo do Crime e Dor da Perda
Pai de adolescente falecido em operação policial relata trajetória no crime. Em entrevista, expõe como filho iniciou contato com criminalidade via internet.
Pai de Adolescente Relata Jornada do Filho no Crime
O pai de um adolescente de 14 anos, falecido durante a operação policial nos Complexos da Penha e do Alemão, no Rio de Janeiro, em 28 de outubro, deu detalhes sobre a trajetória do filho no mundo do crime. Em entrevista à BBC News Brasil, o pai expressou sua visão sobre a tragédia e se recusou a usar o termo “vítima” para descrever o jovem.
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Ele relatou que o filho iniciou sua incursão no crime com a prática de pilotagem de motocicletas, seguido por um contato inicial com a criminalidade, amplificado principalmente através da internet. O pai mencionou que, ao encontrar fotos do filho com armamento nas redes sociais, questionou diretamente o jovem: “Eu falei: ‘filho, pra quê você está tirando foto com a arma?’.
A rede social influencia muito na mente deles”, afirmou.
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Segundo o pai, a vida no crime é frequentemente romantizada. Ele destacou que as tentações existentes nas comunidades, apresentadas na televisão e nas redes sociais, levam os jovens a acreditarem que tudo é alcançável com facilidade. Ele lamentou ter lutado para manter o filho longe dessa situação: “Eu estava trabalhando na mente dele, trazendo ele para mim… Mas quando eu pensava que ele estava em casa, ele estava na rua”, declarou.
O contato telefônico com o filho, às 8h30 da manhã do dia da operação, foi abruptamente interrompido. “Quando eu ia falar com ele, de repente, ele desligou rápido e o contato sumiu. Nesse momento, eu já fiquei em choque”, relatou. Horas depois, amigos identificaram o corpo do adolescente.
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“Quando eu vi essa foto, eu já tinha certeza total. Eu olhei o menino no chão e sabia que era o meu menino”, disse o pai, detalhando que a posição do corpo era a mesma em que o filho costumava dormir. Apesar da dor, o pai manteve sua convicção: “Eu não podia… colocar o meu filho como vítima, mesmo ele tendo 14 anos.
Porque a vida era feita de escolha.”
O objetivo do pai agora é aconselhar os jovens, buscando repensar suas escolhas. “Minha preocupação é aconselhar os jovens para que eles repensem a vida deles. Se eles realmente amam seu pai, se eles realmente amam sua mãe, eles têm a chance de repensar a vida deles”, concluiu.
Autor(a):
Júlia Mendes
Apaixonada por cinema, música e literatura, Júlia Mendes é formada em Jornalismo pela Universidade Federal de São Paulo. Com uma década de experiência, ela já entrevistou artistas de renome e cobriu grandes festivais internacionais. Quando não está escrevendo, Júlia é vista em mostras de cinema ou explorando novas bandas independentes.












