A polícia investiga se o homem hospitalizado com queimaduras no Hospital Irmã Dulce, em Praia Grande, está ligado ao assassinato do ex-delegado-geral da Polícia Civil de São Paulo, Ruy Ferraz Fontes, ocorrido na segunda-feira, 15. O indivíduo foi admitido no hospital com lesões causadas por queimaduras e está sob proteção da Polícia Militar. A suspeita é que ele se feriu ao estar envolvido na queima de um automóvel usado, utilizado na fuga após o crime. O carro foi encontrado totalmente destruído em uma área de difícil acesso, perto de uma comunidade, logo após o crime.

Apesar de a identidade do homem ainda não ter sido oficialmente confirmada pelas autoridades, sua internação é considerada uma informação relevante para a investigação. Analisa-se se ele esteve entre os ocupantes do automóvel utilizado no ataque. Informações próximas ao caso indicam que pode ser o primeiro elo sólido entre os responsáveis pelo crime e o suposto mandante, o que aumenta a importância de sua captura.

O homicídio de Ruy Ferraz Fontes, de 64 anos, gerou uma mobilização sem precedentes da liderança da segurança pública paulista. Ex-chefe da Polícia Civil, Ferraz foi atingido por disparos enquanto se deslocava próximo à Rodovia dos Imigrantes, em São Vicente. Imagens de vigilância registraram que o ataque foi cometido por indivíduos mascarados, que escaparam logo após o crime.

A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo mobilizou mais de 100 agentes de elite para as buscas pelos autores e possíveis envolvidos. Participam da operação unidades como o Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), o Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), além de equipes do Garra, ROTA, BAEP de Santos e apoio da Polícia Militar.

Conforme informações da investigação, a principal via de apuração indica um ataque coordenado por uma organização criminosa que opera em todo o estado e com histórico de conflitos com órgãos de segurança. O ex-delegado fora vítima de ameaça do Primeiro Comando da Capital (PCC) em 2019, durante o tempo em que liderava ações mais intensas contra o crime organizado, incluindo operações que visavam a liderança da facção.

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Na oportunidade, Ferraz Fontes conduziu investigações que levaram a prisões estratégicas e à desarticulação de esquemas de lavagem de dinheiro do grupo criminoso. Essas ações provocaram um clima de retaliação por parte dos líderes do PCC, que o colocaram em uma “lista de execuções”.

Apesar da falta de confirmação oficial de que o crime foi encomendado por grupos rivais, a maneira como foi realizado – com planejamento, fuga organizada e subsequente eliminação de evidências – sustenta a possibilidade de uma ação premeditada por parte do crime organizado. O indivíduo ferido, que pode ter ligação com o incêndio do veículo utilizado no crime, poderá ser fundamental para elucidar a autoria e os responsáveis pelo homicídio.

A Polícia Civil ainda não confirmou oficialmente a identidade do jovem, mas assegurou que está investigando todas as linhas de investigação relacionadas ao ocorrido. O hospital, por outro lado, não divulgou informações sobre o estado de saúde do paciente nem se ele forneceu algum relato. Informações internas sugerem que ele se encontra consciente, sob observação contínua.

A família de Ruy Ferraz Fontes, junto com colegas e representantes da segurança pública, expressou condolências e choque diante do ocorrido. O funeral do ex-delegado foi realizado em uma cerimônia particular, com reconhecimento de antigos colegas da polícia e autoridades estaduais.

A investigação permanece em andamento, e espera-se que os próximos dias sejam decisivos para a identificação dos responsáveis e para a compreensão das motivações que levaram ao crime, que é considerado um dos mais graves contra autoridades públicas no estado nos últimos anos.

Fonte por: Contigo