Ouro sobe mais de 3% com tensões comerciais e geopolíticas, buscando ativos seguros
Após a pausa na sexta-feira (17), metais preciosos voltam a subir com a busca por ativos seguros, mesmo com os ganhos nos mercados acionários.
Ouro encerra em alta impulsionado por tensões globais
O ouro fechou a sessão desta segunda-feira (20) com valorização, influenciado pelas tensões comerciais entre Estados Unidos e China, além de preocupações relacionadas a conflitos na Europa e no Oriente Médio. O impacto do shutdown do governo dos EUA, que já dura quatro semanas, também está no foco dos investidores.
Na Comex, divisão de metais da Nymex (bolsa de Nova York), o ouro para dezembro teve um aumento de 3,46%, alcançando US$ 4.359,4 por onça-troy. A prata, por sua vez, registrou alta de 2,55%, fechando a US$ 51,384 por onça-troy.
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Busca por ativos seguros
Após uma pausa na sexta-feira (17), os metais preciosos retomaram sua trajetória de alta, impulsionados pela busca por ativos seguros, mesmo com os ganhos observados nos mercados acionários.
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Analistas da RBC Capital Markets apontam que incertezas, como o shutdown do governo dos EUA e disputas comerciais com a China, estão levando investidores a aumentar suas aplicações em ouro. Para a ANZ, o interesse no metal precioso é uma estratégia de proteção diante do cenário atual.
Expectativas de correção e conflitos geopolíticos
Com a valorização do ouro, o mercado se aproxima de uma correção de curto prazo, com a realização de lucros e fluxos especulativos, segundo a Axi. Apesar disso, a empresa acredita que o metal pode alcançar a faixa de US$ 5 mil por onça-troy no próximo ano.
No cenário geopolítico, Israel intensificou bombardeios contra alvos do Hamas no fim de semana, após alegações de violação do cessar-fogo em Gaza. Na Europa, uma reportagem do Financial Times destacou uma reunião tensa entre o presidente dos EUA, Donald Trump, e o presidente da Ucrânia, Volodimir Zelenski, diminuindo as expectativas de um acordo de paz em breve.
O shutdown do governo norte-americano completou hoje seu 20º dia, tornando-se a terceira maior paralisação da história dos EUA. O diretor do Conselho Econômico Nacional, Kevin Hassett, afirmou que a situação deve ser resolvida ainda nesta semana.
Autor(a):
Ricardo Tavares
Fluente em quatro idiomas e com experiência em coberturas internacionais, Ricardo Tavares explora o impacto global dos principais acontecimentos. Ele já reportou diretamente de zonas de conflito e acompanha as relações diplomáticas de perto.