Os Estados Unidos se encontrarão com o Irã na próxima semana
A discussão abordará o programa nuclear iraniano, contudo, Trump reduz a relevância de se alcançar um acordo. Consulte o Poder360.

O presidente Donald Trump (Partido Republicano) declarou na quarta-feira (25.jun.2025) que os Estados Unidos se reunirão com o Irã na próxima semana para discutir o programa nuclear do país. Em Haia (Holanda), onde participou de uma cúpula da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte), Trump, contudo, reduziu a relevância de se alcançar um acordo com Teerã.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
“Conversaremos com eles na próxima semana, com o Irã. Podemos assinar um acordo. Não sei. Para mim, não acho que seja tão necessário”, afirmou em entrevista.
A declaração foi feita no dia seguinte ao fim do cessar-fogo, que encerrou 12 dias de conflito entre Israel e Irã. Trump atribuiu o rápido término das hostilidades aos bombardeios americanos realizados no sábado (21.jun).
Leia também:

Lula busca o STF para anular resultado do IOF na Câmara

A China afirma que os Estados Unidos estão gerando instabilidade no ambiente marítimo global

Lula altera o local do evento em São Paulo por receio de atos isolados
Foi excessivamente duro. Representou uma eliminação, declarou Trump na quarta-feira (25.jun) ao comentar sobre os ataques. Os Estados Unidos empregaram bombas de penetração de bunkers contra três instalações nucleares iranianas. “O último objetivo que eles querem agora é enriquecer qualquer coisa. Eles querem se recuperar”, afirmou o presidente dos EUA.
Em relação à redução da capacidade nuclear iraniana, o diretor da CIA, John Ratcliffe, afirmou que os ataques aéreos dos EUA “comprometeram gravemente” o programa nuclear do país.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
Ratcliffe mencionou um “conjunto de evidências sólidas” de que estruturas importantes foram danificadas e sua reconstrução demandaria muitos anos.
A agência nuclear de Israel também avaliou que os ataques atrasaram significativamente a capacidade do Irã de desenvolver armas nucleares por muitos anos.
As declarações otimistas das agências e do presidente americano, contudo, vão contra um relatório preliminar da inteligência dos EUA, obtido pelo The New York Times. Conforme esse relatório, os ataques dos EUA atrasaram o programa nuclear iraniano em “apenas alguns meses”. Em Haia, Trump ressaltou o caráter preliminar do relatório divulgado pelo jornal e afirmou que outros dados e informações sustentam a tese da eliminação.
Rafael Grossi, diretor da AIEA da ONU, negou o que descreveu como a “abordagem da ampulheta” na avaliação dos danos ao programa nuclear iraniano.
“De qualquer forma, o conhecimento tecnológico está ali e a capacidade industrial está ali. Isso, ninguém pode negar. Então, precisamos trabalhar com eles”, afirmou Grossi, defendendo que apenas uma solução diplomática será eficaz a longo prazo.
<
Após a implementação do cessar-fogo, ambos os lados do conflito reivindicaram a vitória. Israel declarou ter alcançado seus objetivos de destruir instalações nucleares e mísseis iranianos. O Irã, por sua vez, alegou ter forçado o término da guerra ao conseguir romper as defesas israelenses com seus mísseis.
A capacidade israelense de atingir a liderança iraniana constitui um desafio para o governo islâmico do Irã, sobretudo considerando a necessidade de identificar um novo líder após o aiatolá Ali Khamenei, de 86 anos, que exerce o poder no país há 36 anos.
Conforme informações da Reuters, autoridades iranianas relataram 627 mortes e cerca de 5.000 feridos no país. Em Israel, o número de vítimas fatais atingiu 28. A extensão total dos danos no Irã, segundo a agência de notícias, não pode ser confirmada de forma independente devido às restrições impostas à mídia.
O presidente iraniano Masoud Pezeshkian, visto como moderado, propôs que o conflito poderia levar a reformas internas. “A guerra e a empatia que ela despertou entre o povo e os funcionários é uma oportunidade para alterar a visão de gestão e o comportamento dos funcionários, a fim de promover a unidade”, declarou, conforme reportado pela Reuters.
Fonte por: Poder 360
Autor(a):
Lara Campos
Com formação em Jornalismo e especialização em Saúde Pública, Lara Campos é a voz por trás de matérias que descomplicam temas médicos e promovem o bem-estar. Ela colabora com especialistas para garantir informações confiáveis e práticas para os leitores.