Ormuz possui dois canais de 3 quilômetros cada para tráfego de embarcações

O Estreito é uma região estratégica para o transporte de 20% do petróleo mundial, com um canal de navegação restrito e vulnerável a interrupções.

2 min de leitura

(Imagem de reprodução da internet).

A Assembleia Parlamentar do Irã aprovou, no domingo (22.jun.2025), o encerramento do Estreito de Ormuz, principal via de exportação dos países do Golfo Pérsico, como Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Omã, Iraque e Kuwait.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

A aprovação ainda é necessária do Conselho Supremo de Segurança Nacional e do líder supremo Ali Khamenei. Os Estados Unidos solicitaram que a China exerça sua influência para evitar o encerramento do canal.

O estreito liga o Golfo de Omã ao Golfo Pérsico. A área possui 33 quilômetros de largura em seu ponto mais estreito – entre a Península de Musandam, em Omã, e o Irã. Para comparação, essa distância é quase metade da altura da cidade de São Paulo, que mede 70 km.

LEIA TAMBÉM!

Os navios, ao entrarem no estreito, não possuem livre circulação. As embarcações navegam em dois corredores marítimos, de entrada e saída, cada um com três quilômetros de largura. É como se fosse uma estrada no mar de duas vias.

Foram definidos canais de tráfego internacionalmente para prevenir acidentes. A área de separação entre os dois corredores também possui 3 quilômetros.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Devido à estreiteza e previsibilidade das áreas, o Irã pode impedir a passagem de embarcações através do emprego de minas navais. Estas podem ser lançadas por submarinos, outros navios ou helicópteros.

Uma outra estratégia do país persa é o emprego de mísseis antissubmarinos, como o Khalij Fars. Esses dispositivos de longo alcance podem atingir embarcações no oceano, e podem ser disfarçados nas montanhas costeiras ao redor do canal.

Para especialistas, a rota marítima é a mais relevante do mundo no mercado de petróleo. Por ela, transitam de 17 milhões a 21 milhões de barris por dia, conforme dados do Strauss Center. Isso corresponde a 20% a 30% do consumo global. Anteriormente à decisão do Parlamento do Irã, a cotação futura para setembro de 2025 do petróleo tipo Brent era de US$ 75,48. O WTI, para agosto de 2025, era de US$ 74,93.

Se confirmado o bloqueio, o barril de petróleo pode ultrapassar os US$ 120 ou US$ 130. Até o momento, desde o início dos ataques, o petróleo global subiu mais de 20%, afirma João Alfredo Nyegray, professor de Negócios Internacionais e Geopolítica da PUC-PR (Pontifícia Universidade Católica do Paraná).

Coelho afirmou que, caso o barril de petróleo alcance US$ 100, haverá um grande risco para a economia global. Um efeito extremo seria uma crise de abastecimento na Ásia.

Teríamos um impacto significativo na Europa e, sobretudo, na Ásia. O principal país a sentir isso seria a China. A China hoje importa grande parte do petróleo explorado pelo Irã, afirma Alexandre Coelho, professor de Relações Internacionais da FespSP (Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo).

Para o especialista, a Rússia pode obter vantagens com o bloqueio do estreito de Ormuz. O país poderá elevar a exportação de petróleo a um preço mais elevado, inclusive para nações da União Europeia caso estas sejam afetadas pelos bloqueios na região.

Fonte por: Poder 360

Fluente em quatro idiomas e com experiência em coberturas internacionais, Ricardo Tavares explora o impacto global dos principais acontecimentos. Ele já reportou diretamente de zonas de conflito e acompanha as relações diplomáticas de perto.

Sair da versão mobile