A Assembleia Parlamentar do Irã aprovou, no domingo (22.jun.2025), o encerramento do Estreito de Ormuz, principal via de exportação dos países do Golfo Pérsico, como Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Omã, Iraque e Kuwait.
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A aprovação ainda é necessária do Conselho Supremo de Segurança Nacional e do líder supremo Ali Khamenei. Os Estados Unidos solicitaram que a China exerça sua influência para evitar o encerramento do canal.
O estreito liga o Golfo de Omã ao Golfo Pérsico. A área possui 33 quilômetros de largura em seu ponto mais estreito – entre a Península de Musandam, em Omã, e o Irã. Para comparação, essa distância é quase metade da altura da cidade de São Paulo, que mede 70 km.
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Os navios, ao entrarem no estreito, não possuem livre circulação. As embarcações navegam em dois corredores marítimos, de entrada e saída, cada um com três quilômetros de largura. É como se fosse uma estrada no mar de duas vias.
Foram definidos canais de tráfego internacionalmente para prevenir acidentes. A área de separação entre os dois corredores também possui 3 quilômetros.
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Devido à estreiteza e previsibilidade das áreas, o Irã pode impedir a passagem de embarcações através do emprego de minas navais. Estas podem ser lançadas por submarinos, outros navios ou helicópteros.
Uma outra estratégia do país persa é o emprego de mísseis antissubmarinos, como o Khalij Fars. Esses dispositivos de longo alcance podem atingir embarcações no oceano, e podem ser disfarçados nas montanhas costeiras ao redor do canal.
Para especialistas, a rota marítima é a mais relevante do mundo no mercado de petróleo. Por ela, transitam de 17 milhões a 21 milhões de barris por dia, conforme dados do Strauss Center. Isso corresponde a 20% a 30% do consumo global. Anteriormente à decisão do Parlamento do Irã, a cotação futura para setembro de 2025 do petróleo tipo Brent era de US$ 75,48. O WTI, para agosto de 2025, era de US$ 74,93.
Se confirmado o bloqueio, o barril de petróleo pode ultrapassar os US$ 120 ou US$ 130. Até o momento, desde o início dos ataques, o petróleo global subiu mais de 20%, afirma João Alfredo Nyegray, professor de Negócios Internacionais e Geopolítica da PUC-PR (Pontifícia Universidade Católica do Paraná).
Coelho afirmou que, caso o barril de petróleo alcance US$ 100, haverá um grande risco para a economia global. Um efeito extremo seria uma crise de abastecimento na Ásia.
Teríamos um impacto significativo na Europa e, sobretudo, na Ásia. O principal país a sentir isso seria a China. A China hoje importa grande parte do petróleo explorado pelo Irã, afirma Alexandre Coelho, professor de Relações Internacionais da FespSP (Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo).
Para o especialista, a Rússia pode obter vantagens com o bloqueio do estreito de Ormuz. O país poderá elevar a exportação de petróleo a um preço mais elevado, inclusive para nações da União Europeia caso estas sejam afetadas pelos bloqueios na região.
Fonte por: Poder 360