O exército israelense encontra-se em curso de expansão de suas operações militares na cidade de Deir el-Balah.
A Organização Mundial da Saúde afirmou, na segunda-feira, 21, que suas instalações em Gaza sofreram ataques por Israel, juntamente com o apelo dos países ocidentais por um cessar-fogo imediato, ao mesmo tempo em que o Exército israelense intensificava suas operações militares na cidade de Deir el-Balah.
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O diretor da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, declarou que o Exército israelense invadiu a residência do pessoal da agência da ONU, forçando mulheres e crianças a partirem a pé e algemando, despojando e interrogando os homens sob a mira de uma arma.
Até recentemente, 25 nações solicitaram o término do conflito em Gaza, alegando que o sofrimento no território palestino atingira uma escala sem precedentes.
Os ministros das Relações Exteriores de vários países, incluindo Reino Unido, Espanha, Itália, Portugal, Canadá e França, declararam que a guerra em Gaza deveria terminar imediatamente.
Os ministros avaliaram que o sofrimento da população civil em Gaza atingiu patamares inéditos e criticaram a negativa do governo israelense em oferecer assistência humanitária fundamental.
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Tedros, que criticou o ataque ao principal depósito da OMS em Deir el-Balah, também reiterou essa demanda: “Um cessar-fogo não é apenas necessário, mas já deveria ter acontecido”, declarou ele na rede X.
O ministro das Relações Exteriores israelense, Gideon Saar, criticou a declaração e declarou que qualquer pressão internacional deveria ser direcionada ao Hamas.
O embaixador dos Estados Unidos em Israel, Mike Huckabee, considerou a carta conjunta “repugnante”, e o Egito, mediador-chave no conflito, apoiou a mensagem.
A solicitação dos países ocidentais se verificou com bombardeios intensos em Deir el-Balah nesta segunda-feira. No dia anterior, o Exército israelense ordenou a evacuação dos moradores, alertando para uma ação iminente em uma área onde não havia atuado previamente.
De acordo com o Escritório de Coordenação de Assuntos Humanitários das Nações Unidas (OCHA), a área em questão contava com entre 50 e 80 mil pessoas.
Grupos familiares iniciaram migrações para o sul, transportando seus bens ou em carruagens conduzidas por burros, de acordo com comunicados da AFP.
Abdullah Abu Slim, de 48 anos e residente de Deir el-Balah, afirmou à AFP na segunda-feira: “Durante a noite, ouvimos explosões intensas que sacudiram a área como um terremoto.”
Preocupamo-nos com a possibilidade de o Exército israelense lançar uma operação terrestre em Deir el-Balah e nos acampamentos da região central da Faixa de Gaza, onde estão concentrados centenas de milhares de deslocados.
Os países ocidentais, em suas declarações, também denunciaram o modelo israelense de distribuição de ajuda em Gaza, considerando-o “perigoso”, que “alimenta a instabilidade e nega a dignidade humana aos gazanês”.
Desde junho, a ONU registrou 875 mortes em Gaza, ocorrendo durante os esforços das pessoas para conseguir alimentos.
O secretário-geral da ONU, António Guterres, criticou, na segunda-feira, o “deterioramento acelerado das condições humanitárias” em Gaza, conforme declarado pelo porta-voz, Stéphane Dujarric.
A Agência da Nações Unidas para os Refugiados Palestinos (UNRWA) manifestou seu alerta sobre o aumento da desnutrição no território palestino. “Solicitamos que o bloqueio seja levantado e que a assistência humanitária seja admitida de forma segura e em grande escala”.
De acordo com a ONU, aproximadamente 2,4 milhões de habitantes de Gaza enfrentam ameaça de fome decorrente do conflito, iniciado com o ataque do movimento islamista palestino Hamas em território israelense em 7 de outubro de 2023.
Em Deir el-Balah, fotos da AFP revelaram pilhas de fumaça escura ascendendo em direção ao céu.
Mahmoud Bassal, porta-voz da Defesa Civil de Gaza, detalhou que receberam chamadas de famílias assediadas na região de Baraka, em Deir el-Balah, devido aos disparos de tanques israelenses.
Muitos feridos, mas ninguém pode acessar a área para evacua-los, acrescentou.
O Exército israelense não forneceu resposta a uma solicitação de comentários.
Hamdi Abu Mughsib, de 50 anos, afirmou que ele e sua família escaparam ao amanhecer em direção ao norte, após uma noite de fortes ataques a bomba.
Não existe um local seguro na Faixa de Gaza. Não sei para onde podemos ir, lamentou.
O ataque do Hamas em 7 de outubro de 2023 resultou na morte de 1.219 israelenses, em sua grande maioria civis, conforme apurado por uma reportagem da AFP com base em informações oficiais.
Os combatentes islamistas sequestraram também 251 indivíduos, sendo 49 ainda mantidos como reféns em Gaza, incluindo 27 que supostamente faleceram, de acordo com o Exército israelense.
Israel ameaçou erradicar o Hamas e, em retaliação, iniciou uma operação que resultou em pelo menos 59.029 mortes, na maioria civis, conforme dados do Ministério da Saúde de Gaza, avaliados como confiáveis pela ONU.</
Fonte por: Carta Capital
Autor(a):
Lucas Almeida é o alívio cômico do jornal, transformando o cotidiano em crônicas hilárias e cheias de ironia. Com uma vasta experiência em stand-up comedy e redação humorística, ele garante boas risadas em meio às notícias.