O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), declarou que bolsonaristas que buscam sanções contra a Corte e o País em parceria com o governo dos Estados Unidos constituem uma “organização criminosa miliciana” que age de maneira “covarde e traiçoeira”.
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No ato que iniciou as atividades do Supremo no segundo semestre, Moraes proferiu suas primeiras declarações públicas após a administração de Donald Trump ter implementado a chamada Lei Magnitsky contra ele. O ministro assegurou que não se deixará intimidar, e afirmou que continuará trabalhando nos casos relacionados à tentativa de golpe de Estado.
O ministro afirmou que, apesar do desenvolvimento das investigações, ainda existem bolsonaristas que intensificam as apostas e repetem ameaças nas redes sociais. Contudo, assegura que essa pressão não tem efeito.
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“Ao publicarem, afirmam que ‘ainda há tempo caso você aceite a cotação’. Acreditam que estão lidando com a laia deles. Acreditam que estão lidando, também, com milicianos. Mas não estão. Estão lidando com ministros da Suprema Corte brasileira”, resmungou.
Ele mencionou o envolvimento de indivíduos como um deputado federal e de um jornalista nos Estados Unidos: “Não demonstraram disposição para permanecer no país”.
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Para o ministro, o recurso dos bolsonaristas ao governo Trump buscando limitar a atuação do judiciário no Brasil é semelhante à tática utilizada após as eleições de 2022, quando os acampamentos e os ataques de 8 de janeiro de 2023 foram empregados para provocar instabilidade e preparar o terreno para um golpe.
Declarou que a estratégia é a mesma: estimular a taxação no Brasil; incentivar a crise econômica, que por sua vez gera crise social e, consequentemente, crise política, visando a instabilidade social e a possibilidade de um novo golpe.
Moraes ressaltou que não é o único alvo das ameaças de bolsonaristas. Outros ministros da Corte e os presidentes do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), e da Câmara, Hugo Motta, (Republicanos-PB) também estão sob risco de chantagens.
Estas tentativas de obstrução à Justiça, praticadas por brasileiros, que se dizem patriotas, em favor de interesses estrangeiros, visam exclusivamente substituir o devido processo legal por um arbítrio, para beneficiar indivíduos que se consideram superiores à Constituição, à Lei e às instituições.
Apoio de Barroso e Gilmar
Moraes tornou-se o alvo principal da ira da extrema-direita, recebendo apoio expresso do presidente do STF, Luís Roberto Barroso, e do decano da Corte, Gilmar Mendes. A sessão de abertura dos trabalhos no segundo semestre serviu como um ambiente para responder à intensificação dos ataques nas últimas semanas.
Barroso mencionou o “desempenho” e a “coragem” de Moraes na condução dos processos da tentativa de golpe, afirmando que “nem todos compreendem os riscos que o País enfrentou e a importância de uma atuação firme e rigorosa, mas sempre dentro do devido processo legal”.
Foi imprescindível um judiciário autônomo e atual para prevenir o esgotamento das instituições, como se verificou em diversos países do mundo, do Leste Europeu e da América Latina.
O parlamentar mais experiente da Câmara, Gilmar, declarou que Moraes “tem desempenhado um papel fundamental para o Estado brasileiro, evidenciando prudência e assertividade na condução dos processos instaurados em defesa da democracia”.
Gilmar também foi duro nas críticas diretas aos bolsonaristas, afirmando que os ataques à soberania brasileira são estimulados por “radicais inconformados com a derrota de seu grupo político nas últimas eleições presidenciais”. As falas incisivas foram contra Eduardo Bolsonaro, “um deputado que, na linha de frente do entreguismo, fugiu do país para covardemente difundir aleivosidades [deslealdades] contra o Supremo Tribunal Federal, num verdadeiro ato de lesa-pátria”.
Fonte por: Carta Capital
