Orban considera a principal ameaça ao seu governo em 15 anos de mandato
O primeiro-ministro da Hungria, com 62 anos de idade, ocupa a função desde 2010; pesquisa eleitoral aponta seu partido como o mais votado, com apoio de …

O primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orbán (Fidesz, direita), de 62 anos, considerou que o último domingo (29.jun.2025) representou a maior ameaça ao seu governo desde que assumiu o cargo em 2010. Com mais de 100 mil pessoas nas ruas, a marcha do orgulho LGBTQIA+ tornou-se um importante protesto contra o líder do país.
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Orban está em seu quarto mandato à frente do governo húngaro e teve pouca chance de perder o poder nos últimos 15 anos. No entanto, uma oposição revitalizada, liderada por um ex-colega de partido seu, pode encerrar a administração do líder democraticamente eleito mais longevo da Europa. As próximas eleições parlamentares estão marcadas para abril de 2026.
A coligação governista de Orbán, liderada pelo partido de direita Fidesz, mantém a maioria dos assentos do Parlamento sem necessidade de coalizão desde 2010. Nas últimas quatro eleições, obteve de 45% a 52% dos votos. Atualmente ocupa 135 das 199 cadeiras da Assembleia Nacional, única Casa do Legislativo húngaro.
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Após fracassos da esquerda e da centro-direita em derrotar Orbán, em 2020 foi formada a aliança Unidos pela Hungria, que unia a oposição ao governo. Com 36% dos votos em 2022, foi o bloco que mais se aproximou de ameaçar o primeiro-ministro, porém ficou a 16 pontos percentuais do Fidesz. A coligação foi desfeita meses depois.
Péter Magyar
O jogador atual é o partido de centro-direita Tisza, cujo presidente é o eurodeputado Péter Magyar, ex-filiação do Fidesz e integrante do governo de Viktor Orbán.
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O Tisza foi criado em 2020, porém alcançou destaque após a chegada de Magyar, de 44 anos, que possui trajetória familiar na política. Magyar é sobrinho-neto do ex-presidente da Hungria Ferenc Mádly (1931-2011) e esteve casado com a ex-ministra da Justiça Judit Varga. Ele se tornou conhecido após o escândalo que resultou na queda da presidente Katalin Novák em fevereiro de 2024.
Novák renunciou à chefia de Estado após ter sido divulgado que ela concedeu perdão em 2023 a um homem condenado por encobrir denúncias de abuso sexual contra menores de idade. Magyar, então marido de Judit Varga, divulgou uma gravação da ministra admitindo que assinou o perdão.
Varga renunciou e declarou o encerramento de sua trajetória como público.
Magyar abandonou o Fidesz e ingressou no Tisza como crítico do governo Orbã. Começou a organizar protestos contra o primeiro-ministro em Budapeste e agora se apresenta como o principal opositor nas eleições de 2026.
O Tisza concorreu às suas primeiras eleições em 2024, para o Parlamento Europeu. Obteve 30% dos votos e elegeu 7 dos 21 eurodeputados da Hungria em Bruxelas. O Fidesz alcançou 45% e elegeu 11 parlamentares.
O partido Magyar tem observado uma ascensão acelerada nas pesquisas de opinião para as eleições nacionais do ano seguinte. O Tisza consolidou sua posição de liderança na disputa eleitoral no final de 2024 e aumentou sua vantagem em 2025.
Uma pesquisa recente do 21 Research Center, conduzida entre 24 e 27 de junho, indicou que o Tisza possui 32% das intenções de voto, em comparação com 25% do Fidesz entre a população em geral. No grupo de eleitores que confirmaram sua participação na eleição de 2026, essa diferença aumenta para 7% para 18% (52% contra 34%).
O estudo foi conduzido de maneira virtual, envolvendo 1.000 participantes. O intervalo de erro é de 3 pontos percentuais acima ou abaixo.
A probabilidade de Viktor Orbãn manter a hegemonia política é significativamente maior do que em 2022, período em que sua coalizão Unidos pela Hungria chegou a apresentar resultados empatados com o Fidesz nas pesquisas, um ano antes das eleições. No entanto, a ampla oposição desfez-se na fase final do processo eleitoral.
Em 2010, 2014 e 2018, o partido de Orbã confirmou o favoritismo nas pesquisas e nas urnas sem dificuldades. A sigla manteve-se quase sempre acima dos 40% das intenções de voto nas quatro últimas eleições vencidas pelo líder da direita húngara. Orbã também foi primeiro-ministro de 1998 a 2002.
Fonte por: Poder 360
Autor(a):
Lara Campos
Com formação em Jornalismo e especialização em Saúde Pública, Lara Campos é a voz por trás de matérias que descomplicam temas médicos e promovem o bem-estar. Ela colabora com especialistas para garantir informações confiáveis e práticas para os leitores.