Análise do Texto
O líder de um partido de oposição em Israel, Benny Gantz, fez um apelo ao primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, junto com mais dois outros líderes opositores, para formar um governo temporário com o objetivo de liberar todos os reféns em Gaza, excluindo a extrema-direita do poder. O exército israelense declarou neste domingo que suas forças estão em combate na região de Djabalia, em Gaza, nos últimos dias, para destruir túneis e reforçar o controle da área.
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Após a saída de partidos ultraortodoxos de sua coalizão em julho, Netanyahu não dispõe mais de uma maioria absoluta no Parlamento e necessita do apoio de aliados de extrema-direita, que se opõem a qualquer acordo de troca de prisioneiros com o Hamas e promovem a manutenção do conflito até a eliminação do movimento palestino em Gaza.
Apelo a Netanyahu, Yair Lapid e Avigdor Lieberman: é hora de formar um governo para resgatar os prisioneiros, vivos ou mortos, ainda mantidos na Faixa de Gaza.
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Dezesseis reféns, segundo estimativas, faleceram mantidos pelo Hamas. Foram sequestrados em 7 de outubro de 2023, durante o ataque do movimento islâmico palestino Hamas em território israelense, que iniciou a guerra na Faixa de Gaza.
Yair Lapid, líder do principal partido de oposição, o Yesh Atid (centrista), possui 24 deputados na Knesset. Lieberman, líder do partido nacionalista Israel Beiteinu, tem 8, o mesmo número que Gantz.
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Com os 32 deputados do partido Likud, de Netanyahu (direita), esses três partidos poderiam formar uma coalizão com maioria de 72 cadeiras no Parlamento, que tem um total de 120 assentos.
Israel ataca subúrbios de Gaza; incêndios e pânico entre civis
Durante a noite de sábado para domingo, aeronaves e veículos de combate israelenses bombardearam os subúrbios leste e norte da cidade de Gaza, destruindo edifícios e residências, conforme informações de moradores. Testemunhas relataram ter ouvido explosões ao longo da noite nas áreas de Zeitoun e Shejaia, enquanto tanques atacavam casas e vias no bairro vizinho de Sabra, e diversos edifícios explodiram na cidade de Djabalia.
A operação permite a expansão dos combates para novas áreas e impede que os terroristas do Hamas retomem a atividade nessas zonas.
Israel autorizou em abril um projeto para assumir o controle de Gaza, considerada o último bastião do Hamas. Esse plano só será implementado em algumas semanas, permitindo que os mediadores do Egito e do Catar busquem a retomada das negociações de um acordo de cessar-fogo entre as partes.
O ministro da Defesa de Israel, Israel Katz, assegurou que a operação militar prosseguiria, provocando apreensão na comunidade internacional e em parte da oposição israelense.
Em 22 de julho, Katz afirmou que a cidade de Gaza seria arrasada se o Hamas não concordasse em finalizar o conflito sob as condições impostas por Israel e em liberar os reféns ainda detidos em cativeiro.
Aproximadamente metade dos dois mil habitantes da Faixa de Gaza reside atualmente na cidade de Gaza. Já foram retirados de lá alguns milhares de pessoas, que transportaram seus bens em veículos e meios de transporte improvisados.
Outros afirmam que não sairão, aconteça o que acontecer. “Não vamos partir, que nos bombardeiem em casa”, declarou Aya, de 31 anos, mãe de uma família de oito pessoas, acrescentando que sua família não tem condições de comprar uma barraca nem de pagar transporte, mesmo que quisessem fugir. “Estamos com fome, com medo e sem dinheiro”, completou.
A ONU informou, na sexta-feira, que existe uma grave fome na cidade de Gaza e suas áreas circundantes, uma declaração negada por Israel.
Fonte por: Carta Capital