Oportunidade para o futebol no campo do Brics

Se o objetivo é demonstrar que vai além de números e reuniões, é necessário estar presente em áreas que impactam diretamente a vida das pessoas. E nada …

16/08/2025 14:07

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Oportunidade para o futebol no campo do Brics
(Imagem de reprodução da internet).

Sol de domingo. Em Teerã, os cafés movimentados; em São Paulo, os cantos coloridos. Há ritmo no Largo da Batata e barulhos na Praça Enghelab. A distância é grande, mas o som é o mesmo: uma multidão de vozes comemorando o futebol.

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Na Irã, as ruas ficam povoadas por crianças jogando bola com uniformes caseiros. No Brasil, é quase uma tradição: churrasco, televisão ligada, amigos reunidos. Contudo, há um aspecto que torna aquele dia singular. Para a Irã, não basta apenas treinar e almejar a Copa.

Por trás dos panos, as portas se fecham. Após o conflito de 12 dias e o ataque israelense, alguns países têm recusado amistades com a seleção iraniana.

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A alegação “oficial” é segurança. A verdade, todos sabem, é política. E política, quando invade o futebol, retira um pouco da magia que faz o esporte ser o que é.

O Brasil tem vivenciado as consequências de decisões realizadas a longas distâncias. Já enfrentou restrições implícitas, pressões mercantis e interferências estrangeiras que impactaram sua economia e reputação.

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O Irã, por sua vez, tem vivenciado há décadas sob sanções explícitas: restrições bancárias, proibições de exportar ou importar determinados produtos, e até mesmo dificuldades para adquirir medicamentos. E, assim como o Brasil já presenciou presidentes estrangeiros comentarem sobre sua política interna, o Irã também é alvo constante de discursos e decisões que emanam de fora.

Na época de Trump, essa situação se tornou evidente. Ambos os países perceberam que existe um grupo seleto que determina quem participa do jogo – e quem permanece à margem. É esse sentimento que une Teerã e Brasília.

O futebol é arte, mas também é geopolítica. Não é por acaso que líderes mundiais aparecem sorindo em estádios, ou que seleções sejam recebidas com honras de Estado. O campo de futebol pode ser mais persuasivo que qualquer sala de negociações.

O intercâmbio esportivo entre EUA e China, na década de 1970, ilustrou como um evento esportivo simples pode alterar as relações internacionais. Na África do Sul, o título de 1995 no rúgbi foi utilizado como símbolo de reconciliação pós-apartheid. No Oriente Médio, jogos amistosos entre israelenses e palestinos buscaram construir pontes onde a política apenas via barreiras.

Do Brasil, desde Pelé até Neymar, incluindo Zico, Romário e Marta, o país desenvolveu uma reputação de sede acolhedora, que converte qualquer jogo em um evento de alcance mundial.

O BRICS surgiu como uma alternativa à ordem mundial liderada pelo G7. Atualmente, reúne Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul, Irã, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia e Indonésia, com outros países interessados em aderir. Sua força reside na diversidade e no tamanho de suas economias, bem como no potencial cultural.

Para demonstrar que vai além de números e cúpulas diplomáticas, é preciso ocupar espaços que envolvam a vida das pessoas. E nada toca corações, em todos os continentes, como o futebol.

O projeto é simples: estabelecer um calendário regular de jogos amistosos entre as seleções dos países membros, realizados em locais alternados ou neutros, sempre nas datas estabelecidas pela Fifa.

Incluem-se nos benefícios imediatos a preparação técnica de alto nível para todos os times, sem entraves políticos; a integração cultural entre torcedores, com festivais gastronômicos, apresentações musicais e feiras culturais nas cidades-sede; e a projeção global do BRICS como um bloco que promove a paz através do esporte.

O Brasil disputa contra a Arábia Saudita no Maracanã; a Índia enfrenta a África do Sul no FNB Stadium; e a Rússia se mede à China no Estádio Luzhniki. Transmissão ao vivo para o mundo inteiro.

Apesar de pouco conhecido no Brasil, o fervor da torcida no Irã é comparável ao nosso. No Estádio Azadi, em Teerã, a atmosfera antes de jogos importantes se assemelha ao clima de finais memoráveis no Maracanã. A distinção reside em que, devido a questões políticas, os torcedores frequentemente enfrentam dificuldades para acessar o estádio, o que intensifica a paixão.

A combinação dessas duas culturas em um único estádio criaria uma experiência singular para o universo do futebol.

Se o BRICS conseguir promover os Amistosos BRICS, o impacto se estenderá além das questões diplomáticas. Para o Brasil, representaria uma oportunidade de reiterar seu papel não apenas na diplomacia tradicional, mas também na diplomacia cultural.

Para o Irã, representava a chance de apresentar uma imagem distinta ao mundo – a de uma nação que aprecia esportes e almeja competir de maneira justa.

Fonte por: Carta Capital

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