A lista de produtos isentos da tarifação de Donald Trump é extensa, porém setores com vendas significativas para o mercado americano, como café e carne, e outros que dependem fortemente das exportações, como peixe e madeira, foram afetados.

“Precisamos de apoio do governo”, declarou a CNN Eduardo Lobo, presidente da Abipesc (Associação Brasileira das Indústrias de Pescadores). A organização apresentou ao governo um pedido por uma linha de crédito extraordinária ao setor.

A taxa de 50% entrará em vigor sete dias após a publicação da ordem executiva, assinada por Trump nesta quarta-feira (30).

A notícia, claro, ainda é negativa para o Brasil. Vamos continuar trabalhando para ampliar a lista de produtos isentos.

A Abiec e o Cecafé declaram, em comunicado, que mantêm diálogo com seus pares nos Estados Unidos para promover o contato com as autoridades americanas e ampliar a lista.

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Entre os Estados Unidos e o Brasil, existe uma relação comercial essencial na produção de café, onde os cafés brasileiros constituem mais de 30% do mercado americano, atuando como principal fornecedor para o país, enquanto os EUA representam 16% das exportações nacionais, sendo o principal destino das nossas exportações.

Com a alíquota atual de 26,4%, a carga tributária total ultrapassaria 76%, o que, segundo a Abiec, compromete a viabilidade econômica das exportações ao mercado norte-americano. A expectativa do setor era de atingir 400 mil toneladas este ano, ante 229 mil no anterior.

O decreto de hoje aumenta em 40% uma alíquota de 10% já aplicada a partir de 2 de abril nas importações brasileiras. Os produtos incluídos nas exceções estarão sujeitos à taxa mais baixa.

Para aqueles que já possuem uma avaliação, o entendimento é que a tarifação configura uma relação “ganha-perde” para as partes envolvidas.

A Fiesp lamenta a imposição da tarifa de 50% sobre uma parte das exportações brasileiras para os EUA, sem justificativas econômicas. Acreditamos que o diálogo contínuo entre as autoridades dos dois países levará à eliminação da sobretaxa e ao aproveitamento das inúmeras oportunidades em benefício de nossas populações.

Colaboraremos com o governo brasileiro na implementação de ações eficazes que reduzam os efeitos econômicos sobre as empresas afetadas.

Entretanto, existem relatos de setores que ainda não compreendem totalmente como serão impactados. Os madeireiros, por exemplo, seguem alarmados: foi contemplada entre as isenções a categoria “Madeira tropical, nessas [não especificado ou incluído em outra parte], serrada ou lascada longitudinalmente, cortada em fatias ou desenroladas, de espessura superior a 6 mm”.

Entretanto, o produto não tem relação com a produção das indústrias do Paraná, uma das principais exportadoras de madeira para os EUA.

A Abimci (Associação Brasileira da Indústria de Madeira Processada Mecanicamente) informa que continua analisando o decreto para determinar quais segmentos que ela representa podem estar incluídos nas possíveis exceções da tarifa de 50% e quais serão efetivamente impactados pela medida.

O documento é extenso e demanda análises técnicas aprofundadas. Atualmente, nossas equipes técnicas e jurídicas, tanto no Brasil quanto no exterior, estão examinando minuciosamente os produtos específicos mencionados na Ordem Executiva, as condições para eventuais isenções, os possíveis desdobramentos em relação à investigação da Seção 232.

Entretanto, o setor já vinha apresentando dificuldades e planejando demissões caso a tarifa única fosse implementada.

Petróleo, café e aeronaves: principais produtos exportados do Brasil para os Estados Unidos.

Fonte por: CNN Brasil