Operadores da Abin solicitam a demissão de um diretor e consideram a possibilidade de greve

A reunião foi marcada para a segunda-feira (23/06); o diretor atual da agência foi acusado no caso da “Abin paralela”.

21/06/2025 9:29

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Operadores da Abin solicitam a demissão de um diretor e consideram a possibilidade de greve
(Imagem de reprodução da internet).

A Intelis (União dos Profissionais de Inteligência de Estado da Abin ) promoveu uma reunião para a próxima segunda-feira (23.jun.2025) com o objetivo de debater os próximos passos para exigir a renúncia do diretor-geral da Abin (Agência Brasileira de Inteligência), Luiz Fernando Corrêa. A PF (Polícia Federal) indiciou Corrêa no inquérito da “Abin paralela” na terça-feira (17.jun).

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Em nota divulgada na sexta-feira (20.jun), a entidade manifestou a possibilidade de decretar greve. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo e da revista Veja.

A Polícia Federal aponta que Corrêa tentou prejudicar as investigações sobre o caso da “Abin paralela”. O vereador Carlos Bolsonaro (PL-RJ) e o ex-diretor da agência e deputado federal, Alexandre Ramagem (PL-RJ), também foram indiciados.

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A instituição considera que a continuidade de um gestor com tal trajetória compromete a credibilidade da Agência e representa um risco ao funcionamento independente e técnico da Inteligência de Estado.

A organização afirmou que, na reunião, os integrantes da Abin devem deliberar sobre o indicativo de greve em oposição ao tratamento oferecido pelo governo federal à Inteligência de Estado do Brasil.

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A organização apontou a inexistência de diás de ações do ministro da Casa Civil, bem como a falta de controle de questões sigilosas por parte da Polícia Federal e do Ministério da Justiça.

Luiz Fernando Corrêa foi indicado como diretor-geral da Abin em 30 de maio de 2023, durante o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

A Intelis já havia obtido a saída de Corrêa em nota divulgada na terça-feira (17.jun).

A organização alega que o próprio diretor removeu funcionários da Abin mencionados nas investigações. “Pela mesma lógica, não pode ele próprio permanecer no cargo máximo da agência, com poderes para continuar incorrendo nos alegados crimes”, declarou.

A Intelis alegou ter advertido o governo sobre a inadequação de designar gestores de delegados da Polícia Federal, mesmo após ocorrências de escândalos envolvendo policiais da corporação em administrações passadas.

Lembre-se que o delegado Ramagem ficou impedido de ocupar o cargo de diretor-geral da Polícia Federal no governo anterior, porém pode retornar para reassumir a Direção-Geral da Abin. É absurdo sequer considerar a permanência da atual direção e a continuidade do processo de enfraquecimento e desmonte da Inteligência de Estado.

O relatório da Polícia Federal, divulgado em julho de 2024, indicou que a “Abin paralela”, grupo suspeito de utilizar a estrutura da agência para espionar adversários políticos durante o governo Bolsonaro, monitorou ministros da cúpula do STF (Supremo Tribunal Federal), congressistas como o deputado federal Arthur Lira (PP-AL), ex-presidente da Câmara, além de jornalistas.

Conforme investigações da Polícia Federal, o grupo foi coordenado por Ramagem. O grupo utilizou o software espião First Mile, que permitia o monitoramento da geolocalização de celulares sem autorização judicial.

Fonte por: Poder 360

Fluente em quatro idiomas e com experiência em coberturas internacionais, Ricardo Tavares explora o impacto global dos principais acontecimentos. Ele já reportou diretamente de zonas de conflito e acompanha as relações diplomáticas de perto.