A OpenAI lançou, nesta quinta-feira (7), o GPT-5, uma versão atualizada do modelo de IA por trás do ChatGPT que, de acordo com a empresa, é notavelmente mais rápida e eficiente que a sua versão anterior. O lançamento acontece em um contexto de aumento das preocupações sobre o impacto da IA na saúde mental e nos empregos do futuro.

O GPT-5, que chega hoje em todas as versões gratuitas e pagas da OpenAI, aprimorará o ChatGPT em tarefas como redação, programação e respostas a questões relacionadas à saúde. A empresa também garante que o chatbot popular evitará “alucinações” com tanta frequência ou enganar usuários quando não puder responder a uma pergunta.

Novos modelos, como o GPT-5, são relevantes por influenciarem o funcionamento de serviços como o ChatGPT e as novas funcionalidades que eles possibilitarão, configurando-se como um componente chave de seu desenvolvimento futuro. O diretor executivo da OpenAI, Sam Altman, afirmou em uma entrevista com a imprensa na quarta-feira (6) que o GPT-5 representa um “avanço notável” na busca pela inteligência artificial geral, um conceito que envolve a capacidade da IA de replicar o pensamento humano.

“O GPT-4 dava a impressão de que você estava conversando com um estudante universitário. O GPT-5 representa a primeira vez que realmente parece que você está falando com um especialista em qualquer assunto, como um especialista com nível de doutorado”, afirmou Altman.

Adicionalmente, o novo modelo estará disponível para desenvolvedores que criam ferramentas e serviços utilizando a tecnologia da OpenAI.

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O desenvolvimento de software é uma área de foco importante para o GPT-5; Altman afirma que o modelo pode criar um software completo para você – uma prática comumente chamada de “vibe coding”.

Na demonstração, a OpenAI exibiu que o ChatGPT pode gerar um site para estudo de francês após receber um comando solicitando tal criação. Altman afirmou que casos de uso como este representariam uma “parte definidora da nova era do GPT-5”.

O GPT-5 se aproxima em um cenário onde desenvolvedores estão utilizando cada vez mais a IA para gerenciar certas tarefas em seu trabalho. O diretor executivo da Meta, Mark Zuckerberg, afirmou anteriormente que estima que aproximadamente metade do código da empresa será produzido por IA no próximo ano. Entre 20% e 30% do código da Microsoft está sendo gerado por IA, segundo o CEO Satya Nadella.

O diretor-executivo da Anthropic, Dario Amodei, gerou preocupações acerca do impacto da IA ao afirmar em maio que a tecnologia pode resultar em maior desemprego.

O novo modelo da OpenAI também trata de outra preocupação relacionada ao uso da IA: a possibilidade de ela ser enganosa, como demonstraram estudos da Anthropic e da empresa de pesquisa em IA Apollo Research, ou de fornecer informações incorretas.

Alex Beutel, líder de pesquisa de segurança da OpenAI, durante a coletiva, mencionou que houve situações passadas em que o sistema indicava a capacidade de executar uma tarefa impossível de ser concluída, ou fazer referência a uma imagem inexistente. A empresa afirma que, com o GPT-5, foi treinado o modelo para ser honesto nesses cenários.

O GPT-5 também será mais cauteloso sobre como responde a perguntas potencialmente nocivas. Apesar da empresa não ter fornecido um exemplo concreto de como isso seria aplicado, afirmou que o modelo buscará oferecer uma resposta útil “dentro das limitações de garantir a segurança”, o que pode significar respostas de nível superior que não sejam excessivamente detalhadas, conforme declarado por Beutel.

align=”left”>Preocupações sobre o impacto da IA na saúde mental.

A atualização ocorre após surgirem preocupações sobre a possibilidade das pessoas se tornarem excessivamente dependentes de assistentes de IA, sobretudo emocionalmente, suscitando questões acerca do impacto da tecnologia no bem-estar mental.

Um homem em Idaho, por exemplo, informou à CNN que o ChatGPT provocou um despertar espiritual após iniciar conversas sobre temas religiosos com o chatbot. Sua esposa declarou que isso gerou grande pressão em sua família.

A OpenAI é amplamente vista como líder em IA, impulsionada pelo ChatGPT, que se aproxima de 700 milhões de usuários ativos semanais.

A competição segue em ascensão, notadamente entre usuários mais jovens. Estudos da empresa de análise web SimilarWeb indicam que os aplicativos de busca com IA Perplexity, DeepSeek, Claude da Anthropic e Grok da xAI apresentam maior utilização por pessoas com idade entre 18 e 34 anos. Zuckerberg está buscando atrair profissionais de IA de alto nível com pacotes de remuneração multimilionários, visando se destacar na disputa da inteligência artificial.

O lançamento também ocorre em um período de crescimento e expansão para a IA. A gigante da tecnologia agora tem um papel mais relevante na educação e no governo, tendo recentemente estabelecido uma parceria com o provedor de software educacional Instructure e lançando um modo de estudo para o ChatGPT.

A OpenAI colaborou com a administração Trump em iniciativas como o projeto de infraestrutura de IA de 500 bilhões de dólares, denominado Stargate. Altman esteve em Washington diversas vezes e a OpenAI confirmou recentemente a intenção de estabelecer seu primeiro escritório na capital dos Estados Unidos.

Estudo: ChatGPT pode ser mais persuasivo do que humanos em discussões.

Fonte por: CNN Brasil