Ondas de calor intensas na Europa indicam riscos letais decorrentes do aquecimento global
Estudos indicam que aproximadamente 2.300 indivíduos faleceram devido às temperaturas elevadas.

Um estudo recente estima que o aquecimento global elevou em três vezes o número de mortes durante a onda de calor que atingiu a Europa.
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Por mais de uma semana, as temperaturas em diversas regiões da Europa ultrapassaram os 38°C. Atrações turísticas foram fechadas, incêndios florestais atingiram vários países, e as pessoas precisaram se adaptar.
Uma análise publicada nesta quarta-feira (9) estima que muitos milhares de mortes foram causadas pelo calor, intensificadas pelas mudanças climáticas.
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O aquecimento global foi responsável por 65% do total de mortes, de acordo com estudos.
Pesquisadores do Imperial College London e da LSHTM (Escola de Higiene e Medicina Tropical de Londres) avaliaram dez dias de calor intenso que ocorreram de 23 de junho a 2 de julho em 12 cidades europeias, como Londres, Paris, Atenas, Madri e Roma.
A LSHTM utilizou dados meteorológicos históricos para estimar que, sem a queima de combustíveis fósseis, o calor teria sido de 1,3°C mais intenso, elevando a temperatura do planeta em 1 a 4°C.
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Os cientistas então utilizaram estudos sobre a relação entre o calor e mortes diárias para estimar o número de mortes.
A pesquisa indicou que cerca de 2.300 indivíduos faleceram em dez dias de calor nas 12 cidades afetadas, o que representa um aumento de aproximadamente 1.500 em relação ao que ocorreria sem as mudanças climáticas. Em outras palavras, o aquecimento global foi responsável por 65% dos óbitos.
Os autores do estudo escreveram que os resultados demonstram como incrementos modestos nas temperaturas elevadas podem provocar aumentos significativos na taxa de mortalidade.
O calor extremo causa efeitos silenciosos, porém destrutivos.
O calor exerce um efeito especialmente perigoso em indivíduos com condições de saúde, tais como doenças cardíacas, diabetes e problemas respiratórios.
A análise revelou que indivíduos com mais de 65 anos foram os mais impactados, representando 88% das mortes adicionais. Cerca de 197 mortes estimadas nas 12 cidades ocorreram em pessoas com idade entre 20 e 65 anos.
As mudanças climáticas foram responsáveis pela grande maioria das mortes em algumas cidades. Em Madri, 90% delas foram causadas pelas altas temperaturas.
“Ondas de calor não deixam um rastro de destruição como incêndios florestais ou tempestades”, afirmou Ben Clarke, autor do estudo e pesquisador do Imperial College London.
“Suas consequências são, em grande parte, invisíveis, mas silenciosamente devastadoras – uma mudança de apenas 2 ou 3°C pode significar a diferença entre a vida e a morte de milhares de pessoas”, concluiu Clarke.
Soluções para amenizar as altas temperaturas
A climatologista Friederike Otto, do Imperial College London, afirmou que o mundo deve cessar a queima de combustíveis fósseis para evitar que as ondas de calor se tornem mais intensas e letais, e que as cidades necessitam se adaptar urgentemente.
Otto afirmou que a transição para energias renováveis, a construção de cidades resilientes ao calor extremo e a proteção dos mais pobres e vulneráveis são absolutamente essenciais.
Akshay Deoras, pesquisador da Universidade de Reading, que não participou da análise, afirmou que “as técnicas robustas utilizadas neste estudo não deixam dúvidas de que a mudança climática já é uma força mortal na Europa”.
Richard Allan, professor de ciência climática da Universidade de Reading, que também não participou do relatório, afirmou que o estudo se acrescenta a vastas evidências de que as mudanças climáticas estão intensificando as ondas de calor, “o que implica que o calor moderado se torna perigoso e o calor recorde se torna sem precedentes”.
“Não se trata apenas do calor que está sobrecarregando nosso mundo mais quente”, acrescentou Allan. “Enquanto uma parte do globo queima, outra região pode sofrer de chuvas intensas e inundações catastróficas.”
Fonte por: CNN Brasil
Autor(a):
Pedro Santana
Ex-jogador de futebol profissional, Pedro Santana trocou os campos pela redação. Hoje, ele escreve análises detalhadas e bastidores de esportes, com um olhar único de quem já viveu o outro lado. Seus textos envolvem os leitores e criam discussões apaixonadas entre fãs.