O vício em jogos de azar recebe tratamento? Especialistas detalham o assunto para o Dr. Kalil

O tratamento com psicoterapia e medicamentos para comorbidades é fundamental na recuperação de indivíduos com jogadores compulsivos, segundo especialistas entrevistados no Sinais Vitais.

23/06/2025 7:29

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(Imagem de reprodução da internet).

O jogo compulsivo é uma condição tratável, conforme apontam especialistas entrevistados pelo Dr. Roberto Kalil no Sinais Vitais deste sábado (21). Hermano Tavares e Maria Paula Magalhães, profissionais da área de saúde mental, ressaltam que o tratamento compreende uma abordagem multifacetada, incluindo apoio psicológico e, em certos casos, intervenção farmacológica.

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Segundo Tavares, aproximadamente 75% dos atletas que buscam atendimento apresentam comorbidades psiquiátricas, como depressão e ansiedade. “Três em cada quatro jogadores que procurarem tratamento terão a comorbidade psiquiátrica associada e aí você pode tratar isso com medicação”, explica o especialista.

Apesar de não haver, ainda, um medicamento aprovado para o tratamento do vício em jogos, os especialistas identificam perspectivas promissoras. Tavares menciona a naltrexona, um fármaco originalmente desenvolvido para o tratamento da dependência de opioides e posteriormente aprovado para o tratamento da dependência alcoólica.

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“A autorização na bula para o tratamento do jogo leva mais alguns anos”, afirma Tavares. Ele complementa que o uso da naltrexona no Instituto de Psiquiatria tem apresentado resultados positivos, diminuindo as recaídas em até 30% dos casos.

Maria Paula Magalhães ressalta o papel fundamental da terapia na recuperação. “A terapia é o mais importante, a pessoa primeiro identificar seu comportamento, conseguir assumir o que está acontecendo, e conseguir perceber os gatilhos, o que faz ela jogar, e criar estratégia para evitar”, explica a especialista.

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O tratamento pode envolver ações concretas, como o gerenciamento financeiro por pessoas de confiança, principalmente nas fases iniciais da recuperação. Magalhães enfatiza que a psicoterapia é essencial para que o atleta compreenda as causas do comportamento compulsivo.

Quanto às chances de recuperação, Tavares apresenta dados encorajadores: “De cada 10 pessoas que procurarem tratamento, 7 vão concluir esse tratamento, dessas 7 que concluírem, 5 vão se recuperar”. Ele destaca que a persistência no tratamento é crucial, podendo elevar as chances de recuperação até 70%.

Apesar do percurso da recuperação apresentar dificuldades, existem motivos para se manter otimista. Com o suporte adequado e o empenho no tratamento, diversos indivíduos conseguem vencer a dependência de jogos e recuperar o domínio sobre suas vidas.

Fonte por: CNN Brasil

Gabriel é economista e jornalista, trazendo análises claras sobre mercados financeiros, empreendedorismo e políticas econômicas. Sua habilidade de prever tendências e explicar dados complexos o torna referência para quem busca entender o mundo dos negócios.