A cúpula afirma que são “injustificáveis, sob qualquer perspectiva, os intentos de interferência política, de natureza nacional ou internacional, no seu…
Diante das sanções impostas pelo governo dos EUA aos ministros do Supremo Tribunal Federal, a Suprema Corte lançou, na terça-feira (22), um manifesto em apoio. O documento afirma que são “injustificáveis, sob qualquer perspectiva, tentativas de interferência política, nacional ou internacional no seu funcionamento e na atuação independente de seus membros”.
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O manifesto é assinado por quatro ministros: o presidente do STJ, Herman Benjamin; o vice-presidente, Luís Felipe Salomão; o corregedor-nacional de Justiça, Mauro Campbell Marques; e o diretor da Escola Nacional da Magistratura, Benedito Gonçalves.
Para eles, a “intervenção interna ou externa na livre atuação do Judiciário” contraria os pilares do Estado de Direito. Sem mencionar diretamente o caso Bolsonaro e as sanções anunciadas pelo presidente Donald Trump – tarifação e suspensão do visto de oito ministros do STF –, a nota destaca que tentativas de “pressionar ou ameaçar os julgadores (e seus familiares) na esperança de que mudem ou distorçam a aplicação do Direito” fragiliza o princípio de que a lei “deve valer, com o mesmo peso, para todos, sem privilégio e sem perseguição”.
Os magistrados brasileiros são selecionados por mérito, após aprovação em um concurso público nacional de difícil realização.
A nota ressalta que o Poder Executivo não exerce controle sobre o funcionamento do Poder Judiciário, sendo inviável que assim o pretenda, seja para interromper processos judiciais, seja para influenciar o desfecho de julgamentos.
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No Brasil, as decisões dos tribunais com competência nacional são tomadas ou confirmadas de forma colegiada. Além disso, o processo civil e penal contempla um amplo leque de recursos. Assim, existem robustos mecanismos de pesos e contrapesos que garantem a integridade e a solidez do sistema judiciário.
O Supremo Tribunal Federal, em sua função de Corte Constitucional do Brasil, desempenha um papel primordial na proteção do Estado Democrático de Direito, das liberdades fundamentais e dos direitos humanos. São injustificáveis, sob qualquer perspectiva, tentativas de interferência política, seja ela nacional ou internacional, no seu funcionamento e na atuação independente de seus membros.
O Brasil constitui atualmente uma democracia dinâmica, com eleições e mídia livre, instituições sólidas, separação de poderes e restrições à atuação do Estado provenientes da presunção de inocência e do devido processo legal. Os princípios de uma sociedade democrática estão claramente estabelecidos na Constituição brasileira. O principal deles é a soberania, condição inegociável no Brasil e no mundo.
Os juízes federais e estaduais brasileiros são selecionados com base no mérito, após aprovação em concurso público nacional de grande dificuldade. O Poder Executivo não exerce controle sobre o funcionamento do Poder Judiciário, e seria inviável que assim buscasse, seja para interromper processos, seja para influenciar o desfecho de julgamentos.
No relacionamento com outros países, em conformidade com a Constituição de 1988, nosso comportamento se baseia na igualdade entre nações, na não-intervenção e na solução pacífica de conflitos. Entre os princípios consagrados na Constituição, repetidamente, está, logo no art. 1º, o respeito à soberania – a nossa e a dos outros.
Interferências internas ou externas na livre atuação do Judiciário configuram uma afronta aos pilares do Estado de Direito, pois implicariam na erosão da independência, da imparcialidade e da probidade que se exigem dos juízes.
Interferir ou amedrontar os julgadores (e seus familiares) na expectativa de que alterem ou distorçam a aplicação da lei fragiliza e deslegitima a substância de um padrão de justiça baseado no princípio de que a lei deve valer e valer com o mesmo peso para todos, sem privilégios e sem perseguições.
Esses são os princípios que devem ser mantidos, atualmente e para sempre.
No Brasil, as decisões dos tribunais com competência nacional são tomadas ou confirmadas de forma colegiada. Além disso, o processo civil e penal contempla um vasto conjunto de recursos. Assim, existem mecanismos robustos de equilíbrio e contrapeso que garantem a integridade e a solidez do sistema judiciário.
Com informações do Estadão Conteúdo.
Publicado por Nótaly Tenório
Fonte por: Jovem Pan
Autor(a):
Ex-jogador de futebol profissional, Pedro Santana trocou os campos pela redação. Hoje, ele escreve análises detalhadas e bastidores de esportes, com um olhar único de quem já viveu o outro lado. Seus textos envolvem os leitores e criam discussões apaixonadas entre fãs.