O STF retomará a análise do processo envolvendo Bolsonaro nesta semana; saiba os próximos passos do caso
O julgamento deverá ser concluído até sexta-feira, 12.
O julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e de membros do núcleo central da trama golpista prossegue na terça-feira, dia 9, em fase decisiva na Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal. Serão quatro dias de sessões, até sexta-feira 12, em que os ministros votarão sobre a absolvição ou condenação dos réus e, em caso de condenação, definirão as penas de cada um. CartaCapital fará transmissão ao vivo das sessões.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
O que já ocorreu.
Na primeira semana do julgamento (2 e 3 de setembro), o relator Alexandre de Moraes apresentou um resumo minucioso do processo, evidenciando as fases da investigação, as evidências coletadas e a ordem dos atos que caracterizariam a tentativa de golpe de Estado em 8 de Janeiro de 2023.
A Procuradoria-Geral da República, por meio do procurador-geral Paulo Gonet, sustentou a condenação do ex-presidente e dos demais réus. Gonet argumentou que Bolsonaro coordenou ações articuladas para frustrar a posse do presidente eleito em 2022, e os atos dos réus constituem crimes graves que colocam em risco o Estado Democrático de Direito. O procurador destacou que não punir tais ações poderia estimular novas tentativas de ruptura institucional.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
A defesa, por sua vez, impugnou a acusação e a validade de provas relevantes, em particular a datação favorável do ex-ajudante de ordens Mauro Cid. Os advogados sustentaram que os réus foram “arrastados” aos fatos, que não há evidências de que tenham incitado ou participado diretamente dos atos golpistas e que os crimes imputados exigem violência ou grave ameaça, o que, segundo eles, não ocorreu nas situações analisadas.
Entre os aspectos levantados, as justificativas de Walter Braga Netto e Augusto Heleno reduziram a importância das supostas evidências, classificando documentos como a “caderneta golpista” ou prints apresentados pela PGR como inconsistentes. Já a defesa de Paulo Sérgio Nogueira ressaltou que o ex-ministro da Defesa teria buscado conter Jair Bolsonaro, agindo para evitar ações golpistas.
Leia também:
STF Garante Direito ao Silêncio em Abordagens Policiais – Fachin Decide
Alexandre de Moraes conduz audiência no Rio sobre operação Contenção
Ministro Moraes envia carta rogatória aos EUA para notificar Paulo Figueiredo no caso de golpe de Estado
Um momento relevante foi quando a ministra Cármen Lúcia censurou a defesa de Alexandre Ramagem, que persistiu em considerar voto impresso e processo eleitoral auditável, ideias que se diferenciam no sistema eleitoral brasileiro.
A Procuradoria-Geral da República (PGR) imputou diversos crimes à ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e outros envolvidos.
O Ministério Público Federal denunciou os réus por cinco crimes, todos relacionados à tentativa de golpe de Estado.
- abolição violenta do Estado Democrático de Direito (4 a 8 anos de prisão)
- golpe de Estado (4 a 12 anos)
- organização criminosa (3 a 8 anos)
- prejuízo qualificado ao patrimônio da União (6 meses a 3 anos)
- degradação do bem tombado (1 a 3 anos)
Os membros do núcleo crucial são: Jair Bolsonaro, Alexandre Ramagem, Almir Garnier, Anderson Torres, Augusto Heleno, Mauro Cid, Paulo Sérgio Nogueira e Walter Braga Netto.
O que esperar nesta semana
A reapresentação do julgamento inicia a fase de deliberações, na qual os ministros da Primeira Turma julgarão.
- As defesas podem apresentar contestações sobre a validade de provas, como a delaforçação de Mauro Cid, ou questionar aspectos processuais antes da análise do mérito.
- Após o voto do ministro Alexandre de Moraes, os demais ministros votarão na seguinte ordem: Flávio Dino, Luiz Fux, Carmen Lúcia e Cristiano Zanin.
As decisões judiciais considerarão as etapas das competições, o comportamento de cada réu e a comprovação da prática de crimes, podendo levar à absolvição total, parcial ou à condenação.
Em caso de condenação, o STF deverá ainda definir as penas para cada um dos réus. O relator, nesse caso, é quem propõe o cálculo. Novamente, ele poderá ser seguido ou não pelos demais ministros, que podem promover ajustes que considerem o nível de participação de cada um dos envolvidos nas ações golpistas.
Em ambos os casos de absolvição ou condenação, existe a opção de interpor recursos no próprio STF, visando modificar as decisões do tribunal ou diminuir as sanções.
A Transmissão da CartaCapital
As transmissões desta semana ocorrerão ao vivo no canal da CartaCapital no YouTube, possibilitando o acompanhamento em tempo real dos debates, votos e deliberações da Primeira Turma.
Fonte por: Carta Capital
Autor(a):
Pedro Santana
Ex-jogador de futebol profissional, Pedro Santana trocou os campos pela redação. Hoje, ele escreve análises detalhadas e bastidores de esportes, com um olhar único de quem já viveu o outro lado. Seus textos envolvem os leitores e criam discussões apaixonadas entre fãs.












