O presidente do BC (Banco Central), Gabriel Galípolo, afirmou que o real é a moeda que mais se valoriza no acumulado de 2025 entre os países emergentes. Em apresentação de slide, demonstrou que subiu 13,1% em relação ao dólar de janeiro até a terça-feira (8.jul.2025).
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A apresentação ocorreu durante a participação em audiência pública na Comissão de Finanças e Tributação da Câmara. Segue a íntegra da apresentação (PDF – 2 MB). O Poder360 constatou que, no primeiro semestre, o real obteve a 8ª maior valorização ao considerar 118 moedas globais. O levantamento indicou que 71 moedas tiveram valorização em relação ao dólar. Adicionalmente, 16 registraram estabilidade. Apenas 31 se desvalorizaram.
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Este ano, o real tem demonstrado a melhor performance em relação aos demais. É a moeda que está acumulando mais valor. Em economia, nunca é um fator isolado, existem diversos elementos correlacionados, afirmou Galípolo.
O chefe do Banco Central afirmou que o real apresentou o pior desempenho entre as moedas de países emergentes em 2024. Ele fez a comparação com o peso mexicano, o peso colombiano, o rand sul-africano, o peso chileno, o sol peruano, a renminbi (China), a rúpia indiana, a rúpia indonésia e a lira turca.
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A quantia concedida àqueles que possuíam o real brasileiro entre maio de 2024 e dezembro de 2024 era significativamente menor do que a premiação para quem detinha o peso mexicano, por exemplo. A partir de dezembro, com o início do processo de elevação das taxas de juros, o Brasil apresentava um carry superior, com uma margem considerável, em relação aos juros de outros dois países emergentes (México e Colômbia).
Galvão afirmou que o câmbio é flutuante e o Banco Central não intervém para alcançar “qualquer tipo de nível cambial”. Contudo, ele ressaltou que há importância no “pass-through”, ou repasse cambial, que é o grau de transmissão da variação da moeda internacional para os preços internos. Ou seja, uma possível alta do dólar pode gerar mais inflação no Brasil.
O presidente do Banco Central afirmou que o repasse cambial está relacionado com o custo de produção agropecuária. Apresentou dados que indicam que 44% da agropecuária está ligado ao câmbio, incluindo sal, rações, adubos, corretivos, agrotóxicos, combustíveis e lubrificantes. Na agricultura familiar, o custo da produção é impactado em 40%.
O repasse cambial para a inflação, principalmente para a inflação de alimentos, em decorrência de uma desvalorização cambial de 10%, resulta em 1,4 ponto percentual na inflação de alimentos, afirmou Galípolo.
Fonte por: Poder 360
