A cientista política Priscila Lapa considera que o pedido de impeachment contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, levantado por apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), representa uma tática política para sustentar o bolsonarismo no cenário político.

Em entrevista ao Conexão BdF, da Rádio Brasil de Fato, ela ressalta que tal movimentação visa “descreditar o desempenho da Suprema Corte” com a intenção de “prejudicar os processos e não impedir a candidatura de Jair Bolsonaro nas eleições do próximo ano”.

Essa estratégia do bolsonarismo envolve a descredibilização das instituições, algo que se manifesta desde o surgimento desse movimento, segundo a afirmação.

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Para Lapa, avalia que o cenário político atual não favorece o avanço da proposta no Senado. “Eu acredito, pessoalmente, que não terá o clima político. É muito arriscado, uma jogada muito arriscada para o Senado pautar esse tema”, analisa. Segundo ela, abrir um processo desse tipo contra um ministro do Supremo seria um marco inédito no país e poderia colocar “fortemente a democracia brasileira” em risco.

A pesquisadora considera que o Judiciário, o Executivo e o Legislativo enfrentam atualmente uma crise de credibilidade. “Se nenhum dos três poderes consegue aprovação da maior parte da opinião pública brasileira, isso indica uma disfunção muito significativa em nossa democracia”, observa.

Mantenha uma postura correta, observando a legislação.

Quanto à possibilidade de prisão preventiva de Bolsonaro, ela avalia que o ministro Alexandre de Moraes deve manter uma postura firme, mas sem ultrapassar os limites legais. “Ele vem atuando de uma maneira e, possivelmente, manterá essa linha. […]. Eu não acho que haverá um processo de radicalização, a não ser que haja evidente colocação dos fatos”, analisa.

Para a cientista política, é provável que o ex-presidente seja condenado. Suas próprias reações levam a essa crença, ele tem certa convicção de que dificilmente uma condenação não virá. Ela lembra que as medidas cautelares impostas ao ex-presidente foram adotadas para evitar uma possível fuga diante da iminente condenação.

De acordo com Lapa, o resultado do processo dependerá também das reações políticas nos próximos meses. “Não se sabe a intensidade, a proporção das medidas que serão adotadas nessa condenação, mas eu não consigo imaginar que haja um cenário diferente, até pelas provas que vêm sendo coletadas”, conclui.

Para audir e visualizar.

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Fonte por: Brasil de Fato