O que se sabe sobre o plano de Israel para tomar a cidade de Gaza

Com o voto do gabinete, ocorriam manifestações em larga escala devido ao receio de que a decisão exporia os reféns a riscos.

08/08/2025 3:29

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O que se sabe sobre o plano de Israel para tomar a cidade de Gaza
(Imagem de reprodução da internet).

O comitê de segurança de Israel aprovou, na sexta-feira (8), após quase 10 horas de votação, um plano para ocupar a cidade de Gaza.

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Enquanto o governo votava, manifestações em larga escala ocorriam em Israel, motivadas pelo receio de que a expansão das operações militares expusesse os sequestrados a riscos, e pela pressão internacional crescente sobre Israel para finalizar o conflito e possibilitar a entrada de mais alimentos no território, com a fome se alastrando.

Qual foi o resultado do voto do gabinete?

O governo israelense, liderado pelo primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, declarou que o setor de segurança autorizou o plano para “eliminar o Hamas” e que as forças militares se preparariam para assumir o controle de Gaza City, assegurando, ao mesmo tempo, o fornecimento de assistência humanitária à população civil em áreas de combate.

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O comitê de segurança votou por maioria para aprovar o que denominou “os cinco princípios para o fim da guerra”, que contemplavam o controle israelense de Gaza e a criação de uma administração civil que não fosse nem pelo Hamas, nem pela Autoridade Palestina.

O documento sustentava que “a maioria dos ministros considerava que o plano alternativo apresentado pelo gabinete não garantiria a derrota do Hamas nem a devolução dos reféns”. Não ficou explícito a qual plano alternativo a declaração se referia ou quem o propôs.

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Qual a razão para restringir a ajuda apenas à cidade de Gaza?

Netanyahu defendeu publicamente o controle integral de toda a faixa de Gaza.

Antes da reunião do gabinete, Netanyahu foi questionado se Israel planejava assumir o controle militar de toda a Faixa de Gaza. “Pretendemos”, disse Netanyahu à Fox News.

Ele declarou que Israel visa eliminar o Hamas de Gaza, antes de ceder o território a um governo civil que não seja o Hamas e que não defenda a destruição de Israel.

Antes da votação, uma autoridade israelense informou à CNN que o plano em etapas a ser implementado demandaria até cinco meses, período em que aproximadamente um milhão de palestinos em Gaza e outras áreas seriam novamente obrigados a se refugiar em áreas de evacuação no sul de Gaza.

A autoridade informou que os militares construiriam complexos para receber o grande número de palestinos desabrigados.

Qual é a finalidade?

O analista da CNN e repórter da Axios, Barak Ravid, afirmou que os militares planejavam evacuar todos os civis palestinos da cidade para os campos centrais e outras áreas, citando uma autoridade israelense sênior não identificada. Um cerco e uma ofensiva terrestre na cidade seriam então conduzidos.

Não ficou claro se áreas fora da cidade de Gaza que não estejam sob controle israelense serão posteriormente ocupadas.

Mahmoud al-Qurashli, um palestino deslocado no assentamento, declarou à Reuters na quinta-feira (7) que “quase toda Gaza foi comprimida na parte ocidental da Cidade de Gaza”.

Atualmente, não há mais diferença — se (Israel) ocupa ou não.

Fonte por: CNN Brasil

Fluente em quatro idiomas e com experiência em coberturas internacionais, Ricardo Tavares explora o impacto global dos principais acontecimentos. Ele já reportou diretamente de zonas de conflito e acompanha as relações diplomáticas de perto.