O que se sabe sobre a reforma ministerial na Ucrânia

O anúncio das alterações no governo de Volodymyr Zelensky deverá ser feito até quinta-feira, 17.

16/07/2025 9:27

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O que se sabe sobre a reforma ministerial na Ucrânia
(Imagem de reprodução da internet).

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, anunciou nesta semana uma reforma ministerial, uma estratégia que visa renovar o Executivo e que compreende a troca do primeiro-ministro e do ministro da Defesa após mais de três anos de conflito com a Rússia.

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Deputados e especialistas políticos aguardam uma decisão do Parlamento nesta quarta-feira 16 e a confirmação das indicações na quinta-feira.

Analisa-se os aspectos cruciais da reforma do governo ucraniano, considerando que as negociações com a Rússia para um cessar-fogo permanecem paralisadas e os Estados Unidos asseguram continuar a apoiar a Ucrânia.

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Uma chefe de governo com ligações com os Estados Unidos.

O chefe do executivo sugeriu que a secretária de Estado, Yulia Sviridenko, assumisse o cargo de primeira-ministra, substituindo Denis Shmigal.

O acordo firmado por Sviridenko com os Estados Unidos sobre os recursos naturais ucranianos quase causou uma crise nas relações entre os dois países.

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Ela foi a pessoa-chave e a única que liderou essas negociações. Ela conseguiu evitar o fracasso, afirmou Timofiy Milovanov, ex-ministro da Economia que trabalhou com Sviridenko.

Diversos analistas ressaltaram que a ministra conquistou o respeito dos interlocutores norte-americanos, incluindo membros de alto escalão do governo.

Yulia Sviridenko, de 39 anos, também recebe a confiança dos empresários ucranianos devido à sua gestão da economia em um país em guerra, destacou o presidente da Câmara de Comércio Americana, Andy Hunder.

O recém-nomeado embaixador nos Estados Unidos

Zelensky afirmou que o ministro da Defesa em exercício, Rustem Umerov, que esteve envolvido nas negociações com a Rússia, será o embaixador nos Estados Unidos.

O chefe do governo ucraniano, Umerov, afirmou na semana passada que a Ucrânia necessita de uma dinâmica mais favorável em seus laços com os Estados Unidos e, simultaneamente, avançar na administração do setor de defesa.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, manifestou-se publicamente contra a política do ex-presidente Joe Biden de fornecer bilhões de dólares em auxílio à Ucrânia, embora tenha concordado que os países da OTAN adquiram armamentos para a capital ucraniana.

Para o analista Volodimir Fesenko, isso implica que “a questão-chave nas relações bilaterais entre Estados Unidos e Ucrânia neste momento são as armas”.

O segundo ponto: as negociações para encerrar a guerra. Umerov participou delas, acrescentou.

O primeiro-ministro Denis Shmigal, com uma trajetória mais tecnocrata, tomará a pasta da Defesa, declarou Zelensky.

Presença do poder executivo se fortalece?

A oposição do presidente ucraniano o acusa desde há muito tempo de buscar consolidar seu poder e alguns críticos afirmam que a nomeação de Sviridenko representa uma nova etapa no processo.

Sviridenko é vista como próxima do influente conselheiro da presidência, Andrii Yermak.

Um artigo do respeitado jornal independente Ukrainska Pravda descreve a mudança no gabinete como “um reforço do chefe do gabinete da presidência”.

É óbvio que a influência presidencial vai aumentar”, declarou a AFP o deputado de oposição Mikola Kniazhitskyi.

Ele declarou que as autoridades mantêm uma política de centralização e rejeitam o diálogo.

A definição de prioridades é fundamental para o sucesso em diversas áreas da vida. Estabelecer prioridades significa identificar e organizar as tarefas e objetivos mais

Sviridenko declarou suas prioridades: o reforço da economia, o incremento da produção de armamentos e a expansão dos programas sociais.

Para Fesenko, a designação de Shmigal na pasta de Defesa pode colocar “ordem” neste ministério abalado por escândalos de corrupção.

Fonte por: Carta Capital

Marcos Oliveira é um veterano na cobertura política, com mais de 15 anos de atuação em veículos renomados. Formado pela Universidade de Brasília, ele se especializou em análise política e jornalismo investigativo. Marcos é reconhecido por suas reportagens incisivas e comprometidas com a verdade.