O próximo líder do Derrite deve ser um militar
A expectativa é que o indicado para substituir o atual secretário de Segurança Pública esteja à frente da pasta até dezembro deste ano, com nomes da Polícia Militar em consideração.

Guilherme Derrite deverá deixar o comando da SSP no final deste ano para se dedicar à disputa eleitoral de 2026, seja para concorrer ao Senado ou ao Governo do Estado de São Paulo. Alguns nomes estão sendo considerados para a sucessão ao cargo. Segundo fontes da Coluna, os dois substitutos com maior força são o ex-comandante da Polícia Militar, coronel Cássio Araújo de Freitas, que deixou o cargo em abril deste ano, ou o coronel da reserva da PM, Marcello Streifinger, atual mandatário da Secretaria de Administração Penitenciária (SAP). Ambos são homens de confiança de Derrite que, desde o início da gestão, lutou para aumentar as atribuições e o poder da Polícia Militar, inclusive confrontando entidades de classe ligadas às Polícias Civil e Penal, que alegam até mesmo desvio de função.
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Conforme apurado pela Coluna, o mais recente incidente de conflito foi um Projeto Piloto executado em área experimental no centro da capital paulista, que resultou na designação da Polícia Militar para encaminhar diretamente foragidos da Justiça ao sistema prisional. Contudo, a proposta é defendida por Derrite justamente para otimizar o processo de desburocratização dessa tramitação.
Em trocas relevantes de ordens da Polícia Militar e da Secretaria de Segurança Pública, a última palavra sempre foi de Guilherme Derrite, mesmo com outros nomes até mais próximos do próprio Governador Tarcísio de Freitas, o parlamentar que recentemente se filiou ao PP (Partido Progressista) ficou responsável pela definição.
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Com o anúncio de que Derrite voltará à Câmara dos Deputados, o número 2 da pasta, Osvaldo Nico Gonçalves, deve continuar no posto, mas não assumirá o comando total. Nico tem a simpatia tanto dos membros da Polícia Civil, já que é delegado de carreira, como também de uma boa parte da Polícia Militar. Mesmo com bom relacionamento com diferentes setores da SSP e até com a simpatia da imprensa, a ideia de Derrite é manter no comando alguém da PM.
Cassio Araújo de Freitas e Marcello Streifinger estão mais próximos do pensamento de Derrida. Contudo, essas posições desses indivíduos têm gerado preocupação entre os policiais civis. A reclamação de diversos membros da PC se refere à falta de investimentos no setor investigativo e ao sucateamento da estrutura.
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As dificuldades abrangem desde veículos antigos nas ruas até a ausência de itens básicos nas delegacias, como materiais de limpeza. A falta de treinamento com armas de grosso calibre também é uma reclamação frequente da Civil. O receio é de que a troca de comando possa gerar ainda mais problemas para o setor responsável por identificar os autores dos crimes.
A Polícia Civil, apesar das dificuldades, tem conseguido identificar os autores de crimes graves, como os recentes latrocínios em São Paulo. Através do trabalho de inteligência, os indivíduos ligados aos roubos com morte, que não foram presos, já estão no sistema como procurados pela Justiça.
A Coluna solicitou avaliação para a Secretaria de Segurança Pública e espera retorno.
Fonte por: Jovem Pan
Autor(a):
Gabriel Furtado
Gabriel é economista e jornalista, trazendo análises claras sobre mercados financeiros, empreendedorismo e políticas econômicas. Sua habilidade de prever tendências e explicar dados complexos o torna referência para quem busca entender o mundo dos negócios.