O presidente da Febraban afirma que não se deve realizar política fiscal sobrecarregando o crédito
Isaac Sidney argumentou que o debate acerca das contas públicas não se limite ao prazo de curto alcance.

O presidente da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Isaac Sidney, afirmou nesta segunda-feira (9) que o setor está disposto a debater ações para diminuir a dívida pública, contudo, ressaltou que a política fiscal não pode ser implementada sobrecarregando o crédito.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
Nós devemos ter a capacidade, como setores que representam a economia, de contribuir, de ajudar, de criticar quando é preciso e de se sentar à mesa para poder ver propostas que possam realmente agir e atuar em uma direção de interromper a escalada do endividamento público. Esse é o compromisso do setor bancário, declarou Isaac Sidney na abertura de um evento promovido por CBN, O Globo e Valor Econômico.
Esta é a garantia de um setor que, neste momento, possui um estoque de crédito de R$ 6,5 trilhões – crédito para as famílias, crédito para as empresas. E não se faz política fiscal onerando o crédito daqueles que colocam na economia recursos para consumo, para investimento e para produção”, acrescentou o presidente da Febraban.
Leia também:

Especialista alerta para riscos caso o governo conceda financiamento ao INSS

A pesquisa revela que mais de 60% das empresas enfrentaram fraudes no período

Cerca de 30% dos ganhos fiscais são concentrados em 47 empresas
Isaac Sidney argumentou que o debate sobre as contas públicas não deve se limitar a objetivos para 2025 e 2026. “Nossa ambição tem que ultrapassar esse período, nós temos que avançar. Não dá para ficar apenas olhando para a popularidade de governo, não dá para ficar apenas olhando para agendas de curto e médio prazo.”
O presidente da Febraban avaliou que o Brasil segue um caminho equivocado ao, em vez de adotar políticas de médio e longo prazo, buscar soluções para impedir que um imposto regulamentar – especificamente o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) – seja empregado como instrumento de arrecadação.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
O caminho adequado, argumentou, é discutir ações estruturais, que busquem uma evolução mais favorável do orçamento público.
O Brasil possui grande potencial, conforme evidenciam os dados econômicos atuais, porém é necessário analisar o futuro e debater os fatores que impactam de forma estrutural na trajetória do endividamento público. O país não tolera uma dívida pública que cresça em torno de três ou quatro pontos percentuais ao ano. Todos reconhecemos que isso é insustentável, acrescentou Isaac Sidney, ao comparar o Brasil como um avião em pleno voo, que a aeronave não pode sofrer uma falha repentina.
O IOF, sem dúvida, não é e não pode ser o combustível utilizado para abastecer aquela aeronave. “Precisamos de uma mudança que seja profunda”, declarou o presidente da Febraban, exigindo uma revisão das regras orçamentárias diante do presidente da Câmara, Hugo Motta, que também participa do evento, realizado no auditório do Insper, em São Paulo.
Fonte por: CNN Brasil
Autor(a):
Pedro Santana
Ex-jogador de futebol profissional, Pedro Santana trocou os campos pela redação. Hoje, ele escreve análises detalhadas e bastidores de esportes, com um olhar único de quem já viveu o outro lado. Seus textos envolvem os leitores e criam discussões apaixonadas entre fãs.