O Parlamento iraniano estabelece requisitos para o diálogo nuclear com os Estados Unidos
Divulgação ocorre em cenário de risco de novas sanções da ONU e cobranças por um novo acordo.

O Parlamento da Irã determinou que o país não retomará negociações nucleares com os Estados Unidos até que suas condições sejam plenamente cumpridas. A decisão foi divulgada na quinta-feira (16.jul.2025) em Teerã, após os ataques israelenses e americanos contra instalações nucleares iranianas ocorridos em junho.
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De acordo com a Reuters, o comunicado parlamentar, divulgado em parte pela mídia estatal iraniana, não especifica quais seriam as condições necessárias para retomar as negociações. O ministro das Relações Exteriores do Irã, Abbas Araqchi, já havia mencionado anteriormente que é preciso garantir a proteção contra novos ataques ao território iraniano.
A demanda surgiu em razão das operações militares realizadas por Israel e Estados Unidos contra instalações nucleares no Irã. As potências ocidentais justificaram os ataques afirmando que as instalações integravam um programa para o desenvolvimento de armas nucleares, alegação que Teerã nega.
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Quando os Estados Unidos utilizam negociações como instrumento para iludir o Irã e disfarçar um ataque militar súbito por parte do regime sionista [Israel], as conversas não podem ser conduzidas da mesma forma que anteriormente. Condições prévias devem ser cumpridas e nenhuma nova negociação pode ser iniciada até que sejam totalmente atendidas.
Os ataques interromperam um processo de negociação que estava em curso. Irã e Estados Unidos haviam realizado cinco rodadas de negociações indiretas, mediadas por Omã, antes da “guerra dos 12 dias”. As conversas chegaram a um ponto sem retorno quando Washington exigiu que Teerã abandonasse seu programa doméstico de enriquecimento de urânio.
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Na semana passada, o ministro Araqchi reiterou que o Irã não aceitará um acordo nuclear que proíba o enriquecimento de urânio em seu território. O país também se recusa a abordar questões adicionais, incluindo seu programa de mísseis balísticos.
Os Estados Unidos, em coordenação com três países europeus, definiram o final de agosto como prazo para um acordo. O presidente americano Donald Trump declarou na terça-feira (15.jul) que não tem pressa para negociar com o Irã, já que suas instalações nucleares foram “obliteradas”.
O ministro das Relações Exteriores da França, Jean-Noël Barrot, declarou na terça-feira (15.jul) que Paris, Londres e Berlim ativarão o mecanismo de retorno das sanções da ONU (Organização das Nações Unidas) até o final de agosto caso não haja progresso concreto em relação a um acordo. A ação visa reimpor sanções internacionais ao Irã.
Fonte por: Poder 360
Autor(a):
Gabriel Furtado
Gabriel é economista e jornalista, trazendo análises claras sobre mercados financeiros, empreendedorismo e políticas econômicas. Sua habilidade de prever tendências e explicar dados complexos o torna referência para quem busca entender o mundo dos negócios.